Aspectos ecológicos da fauna de flebotomíneos em focos de leishmaniose na Amazônia Oriental, Estado do Pará, Brasil

Revista Pan-Amazônica de Saúde (RPAS)

Endereço:
Rodovia BR-316 km 7 - s/n - Levilândia
Ananindeua / PA
67030-000
Site: http://revista.iec.gov.br
Telefone: (91) 3214-2185
ISSN: 2176-6223
Editor Chefe: Isabella M. A. Mateus
Início Publicação: 02/01/2010
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Biológicas, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Multidisciplinar

Aspectos ecológicos da fauna de flebotomíneos em focos de leishmaniose na Amazônia Oriental, Estado do Pará, Brasil

Ano: 2016 | Volume: 7 | Número: Especial
Autores: Anadeiva Portela Chagas, Daniela Cristina Soares, Gilberto Cesar Rodrigues de Sousa, Rosangela Barros Viana, José Manuel Macário Rebelo, Lourdes Maria Garcez
Autor Correspondente: Anadeiva Portela Chagas | [email protected]

Palavras-chave: Leishmaniose, Região Amazônica, Psychodidae, Insetos Vetores, Ecologia

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este estudo descreve comunidades de flebotomíneos e suas variações sazonais em focos de transmissão das leishmanioses na interface urbano-rural do município minerário de Juruti, Estado do Pará, na Região Amazônica. Realizou-se captura mensal de flebotomíneos durante dois anos, em duas localidades sentinelas, Santa Maria e Paraense. Armadilhas CDC foram colocadas no intra e no peridomicílio. A amostra de 36.408 flebotomíneos teve 32 espécies representadas; as mais frequentes foram Lutzomyia longipalpis (76,8%) e Lutzomyia walkeri (19%). A riqueza de espécies foi maior em Paraense, a despeito da destacada abundância de Lu. longipalpis (85%, 23.878/27.951), sobretudo no inverno amazônico (r = 0,8; p < 0,05). Em Santa Maria, Lu. longipalpis, pouco frequente, não apresentou variação sazonal. Constatou-se a ocorrência, apenas em Paraense, no interior de residências, de flebotomíneos naturalmente infectados por Leishmania sp.: Lu. longipalpis (0,12%; 1/821), vetor de Leishmania (Leishmania) infantum; e Lutzomyia antunesi (1,16%; 2/173), provável vetor de Leishmania (Viannia) lindenbergi. A alta frequência de Lu. longipalpis no período chuvoso, mas apenas em Paraense, revela influências locais determinantes da composição da comunidade de flebotomíneos e abundância de espécies. Ações integradas para a prevenção das leishmanioses devem ser contínuas e preferencialmente intensificadas de setembro a novembro, meses que antecedem as chuvas naquela região.



Resumo Inglês:

This study describes the phlebotomine communities and their seasonal variation in areas of leishmaniasis transmission in the urban-rural interface of the mining municipality of Juruti, Pará State, in the Amazon Region.Monthly captures of phlebotomine sand flies were performed over two years in two sentinel locations: Santa Maria and Paraense. CDC traps were placed on intra and peridomestic environments. A sample of 36,408 phlebotomine sand flies contained 32 species. The most frequent were Lutzomyia longipalpis (76.8%) and Lutzomyia walkeri (19%). Species richness was greater in Paraense, despite the abundant presence of Lu. longipalpis (85%, 23,878/27,951), especially during the Amazonian winter (r = 0.8; p < 0.05). In Santa Maria, the presence of Lu. longipalpis, which occurs rarely, showed no seasonal variation. In the interior of residences, exclusively in Paraense, there was also the occurrence of phlebotomine sand flies naturally infected by Leishmania sp.: Lu. longipalpis (0.12%; 1/821), vector of Leishmania (Leishmania) infantum and Lutzomyia antunesi (1.16%; 2/173), most likely the vector of Leishmania (Viannia) lindenbergi. The high frequency of Lu. longipalpis during the rainy season, but only in Paraense, reveals local influences that determine the phlebotomine community composition and the abundance of species. Integrated actions for the prevention of leishmaniasis must be continuous and preferably intensified from September to November, months preceding rainfall in that region.