Doença de Chagas aguda no estado do Pará, Brasil: série histórica de aspectos clínicos e epidemiológico em três municípios, no período de 2007 a 2015

Revista Pan-Amazônica de Saúde (RPAS)

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ISSN: 2176-6223
Editor Chefe: Isabella M. A. Mateus
Início Publicação: 02/01/2010
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Biológicas, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Multidisciplinar

Doença de Chagas aguda no estado do Pará, Brasil: série histórica de aspectos clínicos e epidemiológico em três municípios, no período de 2007 a 2015

Ano: 2020 | Volume: 11 | Número: 1
Autores: Andrezza Ozela de Vilhena, Waltair Maria Martins Pereira, Silvio Silva de Oliveira, Paulo Fernando Lauria Fonseca, Milene Silveira Ferreira, Tatyellen Natasha da Costa Oliveira, Marcos Adami, Patricia Danielle Lima de Lima
Autor Correspondente: Andrezza Ozela de Vilhena | [email protected]

Palavras-chave: doença de chagas, epidemiologia descritiva, doenças negligenciadas, indicador de saúde

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

OBJETIVO: Analisar o perfil clínico e epidemiológico da doença de Chagas aguda nos municípios de Belém, Abaetetuba e Breves, estado do Pará, Brasil, de 2007 a 2015. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram analisados 696 casos, a partir de dados coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, e aplicados testes estatísticos, por meio do software BioEstat. RESULTADOS: Dos 696 investigados, 35,63% eram provenientes de Abaetetuba, 40,66% de Belém e 23,71% de Breves. A faixa etária de 30 a 59 anos foi a mais prevalente, sendo 35,89% em Abaetetuba e 53,71% em Belém; diferentemente, em Breves, 32,73% tinham entre 0 e 14 anos de idade. Os homens acometidos representaram 51,61% em Abaetetuba, 49,47% em Belém e 56,36% em Breves. A área urbana registrou 56,45% dos casos em Abaetetuba e 96,11% em Belém; e, na zona rural de Breves, residiam 66,06% dos casos. A taxa de letalidade foi de 1,49%. A via de transmissão mais frequente foi a oral (82,33%). A febre e a astenia estiveram presentes em acima de 75% dos registros. A curva epidêmica da sazonalidade da doença foi marcante entre os meses de julho e novembro, e a incidência foi mais expressiva em Breves, sendo observadas duas ondas epidêmicas: uma em 2009 (27,98/100.000 habitantes) e outra em 2015 (63,38/100.000 habitantes). CONCLUSÃO: A relevância epidemiológica da doença de Chagas aguda e sua importância para a saúde pública são justificadas pelo potencial epidêmico do parasita, o que exige a organização de serviços de saúde, atividades de prevenção e controle da doença.



Resumo Inglês:

OBJECTIVE: To analyze the clinical and epidemiological profile of acute Chagas disease in the municipalities of Belém, Abaetetuba, and Breves, Pará State, Brazil, from 2007 to 2015. MATERIALS AND METHODS: A total of 696 cases were analyzed, using data from the Information on Notifiable Diseases, and statistical tests were applied using the BioEstat software. RESULTS: Of the 696 investigated, 35.63% were from Abaetetuba, 40.66% from Belém and 23.71% from Breves. The most prevalent age group was 30-59 years, being 35.89% in Abaetetuba and 53.71% in Belém; in contrast, in Breves, 32.73% were between 0 and 14 years old. Affected men represented 51.61% in Abaetetuba, 49.47% in Belém, and 56.36% in Breves. The urban area registered 56.45% of the cases in Abaetetuba and 96.11% in Belém; and in the rural area of Breves 66.06% of cases. The mortality rate was 1.49%. The oral transmission (82.33%) was predominant. Fever and asthenia were present in over 75% of records. The epidemic curve of seasonality was higher between July and November, and the incidence was more expressive in Breves, with two epidemic waves: one in 2009 (27.98/100,000 inhabitants) and another in 2015 (63.38/100,000 inhabitants). CONCLUSION: The epidemiological relevance of acute Chagas disease and its importance for public health are justified by the epidemic potential of the parasite, which requires the organization of health services, activities for the prevention and control of the disease.