Evidências advindas do consumo de medicamentos moduladores do apetite no Brasil: um estudo farmacoeconométrico

Revista Da Associação Médica Brasileira

Endereço:
RUA SãO CARLOS DO PINHAL 324
/ SP
0
Site: http://www.ramb.org.br
Telefone: (11) 3178 6802
ISSN: 1044230
Editor Chefe: Bruno Caramelli
Início Publicação: 31/12/1957
Periodicidade: Bimestral
Área de Estudo: Medicina

Evidências advindas do consumo de medicamentos moduladores do apetite no Brasil: um estudo farmacoeconométrico

Ano: 2012 | Volume: 58 | Número: 1
Autores: Daniel Marques Mota, Gilson Geraldino Silva-Jr
Autor Correspondente: Daniel Marques Mota | [email protected]

Palavras-chave: Análise de regressão, depressores do apetite, economia farmacêutica, obesidade.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Objetivo: Analisar o consumo de moduladores do apetite (CMA) no Brasil em 2009, condicionado às
características dos usuários, do sistema de saúde e de outros medicamentos. Métodos: Estudo farmacoeconométrico
com dados em corte transversal para analisar as relações entre o CMA (mg/per capita) e
as variáveis independentes selecionadas (gênero, raça/cor, faixa etária, escolaridade, renda, cobertura de
planos de saúde e consumo de fluoxetina e clordiazepóxido), mediante análise de regressão linear múltipla.
Este estudo utilizou-se dessas variáveis em nível de agregação por estados para 2009. As análises
foram realizadas no software Gretl. Resultados: Destacamos que São Paulo registrou o maior CMA,
com 97,3 mg/per capita, seguido de Goiás, com 94,8 mg/per capita. O menor consumo foi verificado
no Ceará (3,8 mg/per capita). Os maiores consumidores de fluoxetina foram o Rio Grande do Sul, com
58,0 mg/per capita, e Goiás, com 51,5 mg/per capita. O Ceará (2,3 mg/per capita) registrou o menor consumo.
Para o clordiazepóxido, os maiores valores foram verificados em Minas Gerais (7,5 mg/per capita)
e Rio de Janeiro (4,8 mg/per capita), enquanto que o Amazonas (0,08 mg/per capita) obteve o menor
consumo. Da análise de regressão destacamos: 1) o CMA está relacionado com renda, escolaridade e
consumo de fluoxetina; e 2) raça/cor, gênero, idade, cobertura de plano de saúde e consumo de clordiazepóxido,
porém revelaram-se não relacionados com CMA. Conclusão: Essas evidências podem contribuir
para o aprimoramento das ações de regulação, vigilância sanitária e de conduta ética, principalmente, no
que tange o consumo “casado” de moduladores do apetite com fluoxetina, o qual é vedado pelo Conselho
Federal de Medicina, e, também, pela Anvisa.



Resumo Inglês:

Objective: Analyze the use of appetite suppressants in Brazil in 2009, according to the characteristics of
users, healthcare system, and other drugs. Methods: Pharmaconeconometric study of cross-sectional
data to analyze the relationship between the use of appetite suppressants (mg/per capita) and the independent
variables selected (gender, race/color, age, schooling, income, health insurance coverage, and
use of fluoxetine and chlordiazepoxide) using multiple linear regression analysis. This study used these
variables in level of aggregation by states for 2009. The analyses were performed using the Gretl software.
Results: We highlight that São Paulo showed the highest use of appetite suppressants with 97.3 mg/
per capita, followed by Goiás with 94.8 mg/per capita. The lowest use of appetite suppressants was seen
in Ceará (3.8 mg/per capita). The biggest fluoxetine users were in Rio Grande do Sul, with 58.0 mg/
per capita, and in Goiás, with 51.5 mg/per capita. Ceará showed the lowest fluoxetine use (2.3 mg/per
capita). For chlordiazepoxide, the highest values were seen in Minas Gerais (7.5 mg/per capita) and in
Rio de Janeiro (4.8 mg/per capita), while Amazonas (0.08 mg/per capita) showed the lowest use. Based on
regression analysis, we can highlight: 1) the use of appetite suppressants is related to income, education,
and fluoxetine use; and 2) race/color, gender, age, health insurance coverage, and use of chlordiazepoxide
showed no relation to the use of appetite suppressants. Conclusion: These evidences may contribute
to the improvement of regulatory actions, sanitary surveillance, and ethical conduct, particularly with
regard to the concomitant use of appetite suppressants and fluoxetine, which is prohibited by the Federal
Council of Medicine (Conselho Federal de Medicina) and also by Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária – National Health Surveillance Agency).