EXECUTIVOS JOVENS E SENIORES NO TOPO DA CARREIRA: CONFLITOS E COMPLEMENTARIDADES

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ISSN: 14132311
Editor Chefe: Luis Felipe Nascimento
Início Publicação: 31/12/1994
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Administração

EXECUTIVOS JOVENS E SENIORES NO TOPO DA CARREIRA: CONFLITOS E COMPLEMENTARIDADES

Ano: 2012 | Volume: 18 | Número: 1
Autores: Gustavo Simão Lima, Antonio Carvalho Neto, Betania Tanure
Autor Correspondente: Gustavo Simão Lima | [email protected]

Palavras-chave: carreira executiva, executivos jovens e seniores, trabalho e família, conflitos

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo deste artigo é analisar a percepção de executivos jovens e seniores sobre as formas de cada um deles lidar com os impactos das mudanças no atual ambiente de negócios. Como objetivos específicos, esta percepção é analisada em relação a: empregabilidade; remuneração variável; perspectiva da carreira; equilíbrio entre a vida pessoal e profissional; preconceitos relativos ao “jovem” e ao “velho”. A pesquisa descritiva que originou este trabalho é rara na literatura, tanto em nível de abrangência quanto de profundidade. A opção metodológica recaiu sobre o método misto quantitativo-qualitativo. A pesquisa quantitativa contou com 959 respondentes, 492 jovens até 40 anos e 467 seniores. A pesquisa qualitativa contou com 263 respondentes em 10 grandes empresas de vários setores da economia. O referencial teórico explora as demandas de uma carreira exigente, onde jovens e seniores enfrentam os desafios da lógica da empregabilidade, e buscam um difícil equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Os resultados mostram que os jovens estão chegando mais cedo ao topo da carreira. Isso traz tensões: o sênior teme não conseguir sua recolocação no mercado em alguma eventualidade e se sente ameaçado pelo jovem; o jovem se sente inseguro quanto à sua competência, pressionado pelo aumento substancial de expectativas em relação à sua capacidade. As tensões provocadas pela difícil conciliação do trabalho com a família e pelas restrições às perspectivas de crescimento na carreira devido ao enxugamento das estruturas organizacionais, somam-se àquelas relacionadas a valores de gerações diferentes. Este quadro gera, por um lado, conflitos e preconceitos de parte a parte e, por outro, oportunidades de complementaridade. Os executivos jovens estão ainda mais insatisfeitos que os seniores com: remuneração, sobrecarga de trabalho, nível de estresse, nível de cobrança por resultados e a saúde em geral. A maior cobrança familiar que sofre o executivo jovem com filhos pequenos pressiona-o a pelo menos pensar em equilibrar melhor vida profissional e pessoal, enquanto o sênior, muitas vezes com os filhos crescidos, não sofre esta mesma pressão. Os jovens experimentam maiores preconceitos por causa da idade, associada a falta de competência. O conflito é ainda maior em empresas passando por significativas mudanças organizacionais, que são mais da metade das 344 empresas pesquisadas. Os executivos mais velhos se consideram mais leais à empresa comparando-se aos mais jovens. Estes, por sua vez, enxergam os primeiros como mais resistentes às mudanças e mais arraigados a práticas de gestão consideradas por estes como ultrapassadas.



Resumo Inglês:

This article aims to discuss the perception of young and senior top executives about the way each one of them deal with the impacts of the changes in business today. As specific goals this perception is discussed as related to: employability; flexible income; career perspectives; personal and professional balance; prejudices related to the elders and to the youth. The descriptive research that originated this paper is rare in this field of study as for its horizontal as for its vertical levels. The methodology is mixed quantitative-qualitative. The quantitative research interviewed 959 top managers, 492 juniors till 40 years old and 467 seniors over 41 . The qualitative research interviewed 263 top managers from 10 corporations operating in different sectors of the economy. The theoretical framework explores the pleas of a career that is more and more exigent and in where junior and seniors managers face the challenges brought by the logic of the auto employability and search for a better work-family balance. Results show that junior managers are reaching the top earlier than before. This brings tensions in two directions: the senior is afraid of not being able to find a similar job in a new corporation in any eventuality and feels more threatened by the young than before; the junior feels insecure as to his competence and feels himself pressed due to the substantial amount of expectations related to his capacity. Tensions provoked by the difficulties to balance work and family as well as barriers to career ascension due to downsizing ad to tensions related to different generations values. This situation generates lots of conflicts and prejudices from both, seniors and juniors. If juniors and seniors are both dissatisfied with this context the juniors are even more dissatisfied than the seniors with income, overwork, level of stress, health in general and the level of exigencies. Family pressures to balance work and family tend to be stronger for juniors parenting young children than for seniors with adult sons. Juniors experience more prejudice because of the dissociation between youth and competence. Conflict is still bigger in more than half of the 344 corporations we researched that are being restructured. Seniors consider themselves more loyal to the firm comparing to juniors. Juniors, by their turn, see seniors as more resistant to changes and more attached to management practices considered by them as surpassed.



Resumo Espanhol:

El objetivo de esa investigación es analizar la percepción de ejecutivos jóvenes y seniores sobre las formas de cada uno manejar los impactos de los cambios en el actual ambiente de negocios. Los objetivos específicos que esta percepción analiza son: empleo, sueldo variable, perspectiva de la carrera, equilibrio entre la vida personal y profesional, prejuicios relativos a “joven” y “viejo”. La investigación descriptiva que originó este estudio es rara en la literatura, tanto en alcance como en profundidad. La metodología se mezcló en cuantitativo-cualitativo. La investigación cuantitativa tuvo 959 respuestas, 492 jóvenes hasta 40 años y 467 seniores. La investigación cualitativa tuvo263 respuestas en 10 grandes empresas de variados sectores de la economía. El referencial teórico explota las demandas de una carrera exigente, en que jóvenes y seniores enfrentan los desafíos de la lógica del empleo y buscan un difícil equilibrio entre la vida personal y profesional. Los resultados presentan que los jóvenes están llegando más temprano en la cumbre de la carrera. Eso trae tensiones: el senior teme no lograr su recolocación en el mercado por alguna eventualidad y se siente amenazado por el joven; el joven siente inseguridad por su competencia, oprimido por el aumento sustancial de expectativas en relación a su capacidad. Las tensiones provocadas por la difícil conciliación del trabajo con la familia y por las restricciones a las perspectivas de desarrollo en la carrera debido a la disminución de las estructuras organizacionales, aún se suman a las tensiones los valores de generaciones diferentes. Ese cuadro genera, por un lado, conflictos y prejuicios, no obstante, por otro lado, genera oportunidades de complemento. Los ejecutivos jóvenes están más insatisfechos que los seniores con: remuneración, trabajo en demasía, nivel de stress, nivel de exigencia por resultados y la salud en general. La mayor cobranza familiar que sufre el ejecutivo joven con hijos pequeños le presiona en pensar en equilibrar mejor vida profesional y personal, mientras el senior, muchas veces con los hijos mayores, no sufre esa misma presión. Los jóvenes sienten mayores prejuicios por causa de la edad, vinculada a la falta de competencia. El conflicto es aún mayor en empresas que están pasando por significativos cambios organizacionales, que son más de la mitad de las 344 empresas investigadas. Los ejecutivos mayores se consideran más fieles a la empresa que los más jóvenes. Ya los más jóvenes creen que los ejecutivos más viejos son resistentes a los cambios y usan prácticas de gestión consideradas antiguas.