Haiti: História, silenciamento e religiosidade como tática de liberdade

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ISSN: 2674-5968
Editor Chefe: Nedy Bianca Medeiros de Albuquerque
Início Publicação: 31/12/2018
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

Haiti: História, silenciamento e religiosidade como tática de liberdade

Ano: 2023 | Volume: 6 | Número: 2
Autores: A. S. Santos
Autor Correspondente: A. S. Santos | [email protected]

Palavras-chave: haiti, silenciamento, luta, sobrevivência, resistência

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo é um recorte de tese de doutoramento defendida em julho de 2023 e visa discutir modos de narrar e, simultaneamente, ocultar a história haitiana, principalmente no que diz respeito às lutas de resistência à escravidão vivenciada pelas populações negras da parte ocidental da ilha de Hispaniola, no Caribe e o processo de independência do Haiti no final do século XVIII e início do XIX. Essas lutas e a constituição do país caribenho, questionaram o ideário iluminista e revolucionário francês (1789-1899) e, por isso, tem sido silenciados pela historiografia além de que foram impostas uma série de embargos que impediram que o Haiti se tornasse uma nação efetivamente livre. Apresentamos uma abordagem que analisa narrativas produzidas sobre o Haiti e seus habitantes, bem como práticas de resistência elaboradas por sujeitos inscritos nesses processos de diálogo, tensões e redirecionamento dessas mesmas narrativas, visando transformá-las em instrumentos de sobrevivência e luta, como ocorre nos casos das diásporas e da prática do vodu. Trata-se de um estudo baseado em revisão bibliográfica e documental fundamentada em intelectuais como Protzel (2015), Haesbaert e Limonad (2007), Orlandi (2007) e Trouillot (2016); Édouard Glissant (2005) e James (2000) As análises indicam que essas limitações (do ideário iluminista), somadas às práticas de resistência elaboradas pelos subalternizados, operam comointerpelação ao tempo presente, exigindo deste a inserção dos deslocados na esfera dos direitos, cuidados e proteções prometidos pela modernidade que, contraditoriamente, fincou seus alicerces sobre os corpos racializados em territórios narrados como espaços de “selvageria” e “barbárie”.



Resumo Espanhol:

Este artículo espartede una tesis doctoral defendida en julio de 2023 y tiene como objetivo discutir formas de narrar y, simultáneamente, ocultar la historia haitiana, especialmente en lo que se refiere a las luchas de resistencia a la esclavitud vividas por las poblaciones negras en la parte occidental de la isla de Hispaniola, en el Caribe y el proceso de independencia de Haití a fines del siglo XVIII y principios del XIX. Estas luchas y la constitucióndel país caribeño cuestionaron la Ilustración francesa y los ideales revolucionarios (1789-1899) y, por ello, han sido silenciadas por la historiografía, además de la imposición de una serie de embargos que impidieron que Haití se convirtiera en un país efectivamente libre. Presentamos un enfoque que promueve el análisis de las narrativas producidas sobre Haití y sus habitantes, así como las prácticas de resistencia elaboradas por sujetos inscritos en estos procesos de diálogo, tensión y redireccionamiento de esas mismas narrativas, con el objetivo de transformarlas en instrumentos de supervivencia y lucha, como en los casos diásporas y la práctica del vudú. Se trata de un estudio basado en una revisión bibliográfica y documental sostenida por intelectuales como Protzel (2015), Haesbaert y Limonad (2007), Orlandi (2007) y Trouillot (2016); Édouard Glissant (2005) y James (2000). Los análisis indican que estas limitaciones (de los ideales ilustrados), sumadas a las prácticas de resistencia elaboradas por los subalternizados, operan como una interpelación al tiempo presente, exigiendo la inserción de los desplazados en el ámbito de los derechos, cuidados y protecciones prometidos por la modernidad que, contradictoriamente, se asentó sobre cuerpos racializados en territorios narrados como espacios de “salvajismo” y “barbarie”.