KANT, SANTOS E HERÓIS

Síntese

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ISSN: 2176-9389
Editor Chefe: Luiz Carlos Sureki
Início Publicação: 31/12/1973
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Filosofia

KANT, SANTOS E HERÓIS

Ano: 2008 | Volume: 35 | Número: 113
Autores: Julio Esteves
Autor Correspondente: [email protected] | [email protected]

Palavras-chave: Supererrogatório, dever, beneficência, moralidade.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste artigo, defendo a tese de que o valor moral das assim chamadas ações supererrogatórias, i.e. ações que supostamente estão para além do dever, como os feitos de santos e heróis, pode ser adequadamente capturado pela concepção kantiana do dever imperfeito da beneficência. Diferentemente da maioria dos intérpretes, levo seriamente em conta a perspectiva dos próprios agentes, os quais normalmente declaram que não fizeram nada além do seu dever. De fato, nos textos de Kant, encontro argumentos que fundamentam a tese de que “supererrogatório” não pode sequer existir como uma categoria, posto que é um conceito autocontraditório. Por fim, mostro que a doutrina do supererrogatório repousa tanto numa confusão teórica quanto numa deficiência moral por parte de seus defensores.



Resumo Inglês:

This paper argues that the moral value of the so-called supererogatory actions, i.e. actions that allegedly go beyond the call of duty, like the deeds of saints and heroes, can be adequately captured by Kant’s theory of the imperfect duty of beneficence. In so doing, unlike most interpreters, I will take seriously in account the perspective of the agents themselves, who commonly declare that they did nothing but their duty. In fact, to support the claim that “supererogatory” cannot even exist as a category because it is self-contradictory, evidence will be adduced from Kant’s texts. Finally, supererogationism will be shown as a doctrine that rests on a theoretical confusion as much as on a moral flaw on the part of its defenders.