O (ab)uso da palavra fascimo: a recepção de Tropa de Elite

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Início Publicação: 31/12/2006
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

O (ab)uso da palavra fascimo: a recepção de Tropa de Elite

Ano: 2008 | Volume: 2 | Número: 4
Autores: Pedro Caldas
Autor Correspondente: Pedro Caldas | [email protected]

Palavras-chave: fascismo, recepção, cinema brasileiro, Rio de Janeiro

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este ensaio considera a recepção do filme Tropa de elite, de José Padilha. O filme suscitou uma acalorado debate na imprensa brasileira, que em parte o acusou de fascista, enquanto seus defensores argumentaram que se tratava de um retrato realista da corrupção policial e degradação social no Rio de Janeiro. Meu principal objetivo é, então, analisar como a palavra “fascista” foi (ab)usada por ambos os lados.

Embora não defenda a idéia de que o filme de Padilha seja fascista, posto que não se enquadra em nenhuma definição de uma obra de arte fascista, sugerirei também que ele não é um mero quadro formado por meio da perspectiva de um policial, uma vez que contém procedimentos e técnicas naturalistas. Neste sentido, Tropa de elite é ainda mais problemático do que sua alegada apologia fascista.



Resumo Inglês:

This essay considers the reception of José Padilha's The Elite Squad. The film launched a hectic debate amongst the Brazilian press, which partially accused it of being “fascist”, while its supporters argued that it was a realistic portrait of police corruption and social degradation in Rio de Janeiro. My main purpose is then to analyze how the word “fascist” was (mis)used by both sides of the dispute.

While I am not advocating that Padilha’s movie is fascist, since it doesn’t fit into any definition of a fascist work of art, I will suggest that is also not a mere picture shaped through a policeman’s perspective, since it contains highly naturalistic procedures and techniques. In this sense, The Elite Squad is even more problematic than its allegedly fascist apology.