A toga de marfim: a elitização da Justiça na literatura brasileira
Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região
A toga de marfim: a elitização da Justiça na literatura brasileira
Autor Correspondente: Janon, Renato da Fonseca | [email protected]
Palavras-chave: patrimonialismo, elitização do judiciário, acesso à justiça, literatura brasileira
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
A literatura brasileira revela que a percepção da sociedade sobre o sistema judicial sempre foi a de uma estrutura cara, elitista e injusta, que restringe o acesso à Justiça dos mais pobres para assegurar os interesses dos poderosos, perpetuando privilégios que remontam à nossa formação colonial. O Patrimonialismo, legado das capitanias hereditárias, foi incorporado à nossa cultura jurídica, como revela Raymundo Faoro, em “Os Donos do Poder”. O distanciamento ente o Judiciário e o Cidadão pode ser observado nos exemplos extraídos das obras de Machado de Assis, Manuel Antônio de Almeida, Lima Barreto, Monteiro Lobato, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Jorge Amado, Ariano Suassuna , Nélson Rodrigues e Emicida. Textos que revelam a importância de aprendermos as lições da História para não repetirmos os erros do passado e construirmos um futuro no qual o Poder Judiciário esteja de portas abertas para todos os brasileiros, independentemente da condição social ou da capacidade econômica.