A cosmogonia amazônica na poética do imaginário de João de Jesus Paes Loureiro


A cosmogonia amazônica na poética do imaginário de João de Jesus Paes Loureiro

Ano: 2020 | Volume: 14 | Número: 1
Autores: Diemerson da Silva Ribeiro, Geovane Silva Belo
Autor Correspondente: Diemerson da Silva Ribeiro | [email protected]

Palavras-chave: Cosmogonia, Imaginário, Paes Loureiro

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este trabalho analisa os traços da cosmogonia amazônica presentes na poética do imaginário de João de Jesus Paes Loureiro. O autor da cidade de Abaetetuba no Pará viveu parte da sua infância às margens das ilhas e carrega, na sua escrita, traços memorialísticos das narrativas míticas ribeirinhas. Assim, sua formação cultural e intelectual é marcada pela poética das águas. O estudo possui em seu corpus analítico passagens de poemas como “Paisagem mítica”, “Abaetetuba sempre”, “A história luminosa e triste do Cobranorato”, “Cantar da Iara”, entre outros. Para identificar os traços mais representativos da cosmogonia amazônica, o estudo dialoga com autores do campo da mitologia, do imaginário e da cultura amazônica. A análise de poemas se pautou em uma leitura discursiva e narratológica a partir dos estudos culturais. A pesquisa selecionou uma corpora poética a fim de ler os traços cosmogônicos da Amazônia na poética do autor. Nesse sentido, embasou-se em autores como Eliade (1963), Pizarro (2012) e no próprio Paes Loureiro (2000) como teórico de si. Desse modo, as narrativas míticas surgem como vivência e forma de explicação da complexa formação do universo amazônico, constituída de narrativas que dão voz aos povos dessa região. As cenas culturais evocam, neste estudo narratológico, seres encantados das profundezas dos rios, das florestas e legitimam a cosmologia das encantarias, categorizada por Paes Loureiro como poética estetizante. Com isso, por meio da escrita poética desse autor, este artigo identifica as relações entre a natureza e as narrativas míticas, observando o regime das águas como fenômeno que exerce grande influência sobre a vida do caboclo amazônico, seja no modo de ver ou de construir a gênese da (re) criação do mundo e dos seres amazônicos.



Resumo Inglês:

This paper analyzes the traces of the Amazonian cosmogony present in the poetic of the imaginary of João de Jesus Paes Loureiro. The author Abaetetubense lived part of his childhood on the shores of the islands and carries, in his writing, memorialistic traces of the mythic riverside narratives. Thus, his cultural and intellectual formation is marked by the poetic of the waters. The study has in its corpus analytical passages of poems as "mythical Landscape", "Abaetetuba Always", and “the luminous and sad history of the Cobranorate “,” Sing of Iara, among others. To identify the most representative traits of the Amazonian cosmogony, the study dialogues with authors from the field of Mythology, the imaginary and the Amazonian culture. The analysis of poems was based on a discursive and narratological reading based on cultural studies. The research selected a poetic corpora in order to read the cosmogonic features of the Amazon in the author's poetics. In this sense, it was based on authors such as Eliade (1963), Pizarro (2012) and Paes Loureiro (2000) as a self-theorist. Thus, mythical narratives emerge as an experience and a way of explaining the complex formation of the Amazonian universe, consisting of narratives that give voice to the peoples of that region. The cultural scenes evinced, in this narrative study, beings enchanted from the depths of rivers, forests and legitimize the cosmology of the Enchantments, categorized by Paes Loureiro as an aestizant poetic. Thus, through the poetic writing of this author, this article identifies the relationship between nature and mythical narratives, observing the regime of waters as a phenomenon that exerts great influence on the life of the Amazonian Caboclo, whether in the way of seeing or To construct the genesis of the (re) creation of the world and of Amazonian beings.