FLORÍSTICA E ESTRUTURA DE UMA FLORESTA SECUNDÁRIA URBANA COM LONGA HISTÓRIA DE DISTÚRBIOS ANTRÓPICOS NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, BRASIL

Ano: 2011 | Volume: 2 | Número: 1

Autores: Felipe Zamborlini Saiter

Palavras-chave: fitossociologia, riqueza florística, fragmento florestal, mata atlântica, perda de espécies

Resumo Português:

Este
estudo objetivou descrever a composição florística e a
estrutura, indicar o estádio sucessional e sugerir propostas de
manejo e conservação de uma floresta secundária urbana na
ilha de Vitória, Estado do Espírito Santo, sob regeneração
após cerca de 400 nos de distúrbios antrópicos. Em uma
parcela de 0,5 ha todos os arbustos e árvores com DAP J 3,2
cm foram amostrados. Coletas adicionais de material
botânico foram realizadas fora da parcela a fim de
incrementar a lista da flora local. Ao todo foram registradas
91 espécies (na parcela e em coletas adicionais), distribuídas
em 73 gêneros e 35 famílias. Na parcela foram registrados
1083 indivíduos vivos pertencentes a 81 espécies, além de 27
indivíduos mortos. A área basal estimada e o Índice de
Shannon foram de 32.54 m2.ha-1 e 3,52, respectivamente. As
espécies mais importantes da comunidade foram Gallesia
integrifolia e Ocotea diospyrifolia, as quais dominaram os
estratos superior e médio. No sub-bosque, arbustos de
espécies de Rubiaceae foram dominantes, principalmente
Rudgea umbrosa. O estágio sucessional avançado da floresta
foi confirmado por valores de área basal e índice de
diversidade, estrutura vertical dividida em três estratos, subbosque
bem desenvolvido, pequeno número de grandes
árvores e dominância de espécies secundárias tardias.
Entretanto, a ausência de espécies de madeiras nobres e
palmeiras e o pequeno número de espécies de famílias como
Lauraceae e Myrtaceae indica uma possível perda de espécies
devido à longa história de distúrbios antrópicos e ao
isolamento do fragmento na matriz urbana. O
enriquecimento com espécies regionais e a restauração de
pastagens e áreas de plantio abandonadas são estratégias
apropriadas para a conservação dessa floresta.

Resumo Inglês:

This study aimed to describe the floristic composition and the
structure, indicate the successional stage, and provide
proposals for conservation and management of a secondary
urban forest in Vitória Island, Espírito Santo state, which
grew after about 400 years of man-made disturbances. In a
0.5 ha plot all tree and shrub individuals with dbh > 3.2 cm
were sampled. Additional vouchers were collected outside of
the plot in order to increase the list of local flora. In total, 91
species were recorded (within the plot and by additional
collects), distributed in 73 genera and 35 botanic families.
Within the plot, 1083 living individuals were recorded (plus
27 standing dead) belonging to 81 species. The estimated
basal area and the Shannon diversity index were 32.54 m2.ha-
1 and 3.52, respectively. The most important species in
community were Gallesia integrifolia and Ocotea
diospyrifolia, which dominate the upper and middle storeys.
In the understorey, shrub species of Rubiaceae dominate,
mainly Rudgea umbrosa. The advanced successional stage of
the forest was confirmed by the values of basal area and
diversity index, the vertical structure divided into three
storeys, well developed understorey, small number of larger
trees, and dominance of late secondary species. However, the
absence of timber species and palms, and the small number
of species of families such as Lauraceae and Myrtaceae
indicates a possible loss of species due to the long history of
man-made disturbances and the fragment isolation within an
urban matrix. The enrichment with regional species and
restoration of abandoned pastures and plantations are
appropriate strategies for conservation of this forest.

Resumo Espanhol:

Este estudio objetivó describir la composición florística y la
estructura, indicar el ciclo sucesional y añadir propuestas de
manejo y conservación de una floresta secundaria urbana en
la isla de Vitória, provincia de Espírito Santo, bajo
regeneración después de cerca de 400 años de disturbios
antrópicos. En una cuota de 0,5 ha todos los arbustos y
árboles con DAP J 3,2 cm fueron amostrados. Colectas
adicionales de material botánico fueron realizadas fuera de la
cuota, con el fin de incrementar la lista de la flora local. En
total, fueron registradas 91 especies (en la cuota y en colectas
adicionales), distribuidas en 73 géneros y 35 familias. En la
cuota fueron registrados 1083 individuos vivos
pertenecientes a 81 especies, además de 27 individuos
muertos. El área basal estimada y el Índice de Shannon
fueron de 32.54 m2.ha-1 y 3,52, respectivamente. Las especies
más importantes de la comunidad fueron Gallesia
integrifolia y Ocotea diospyrifolia, las cuales dominaron los
estratos superior y medio. En el sub-bosque, arbustos de
especies de Rubiaceae fueron dominantes, principalmente
Rudgea umbrosa. El ciclo sucesional avanzado de la floresta
fue confirmado por valores de área basal e índice de
diversidad, estructura vertical fraccionada en tres estratos,
sub-bosque bien desarrollado, pequeño número de grandes
árboles y dominancia de especies secundarias tardías. Sin
embargo, la ausencia de especies de maderas nobles y
palmeras y la pequeña cantidad de especies de familias como
Lauraceae y Myrtaceae indica una posible pérdida de especies
debido a la larga historia de disturbios entrópicos y al
aislamiento del fragmento en la matriz urbana. El
enriquecimiento con especies regionales y el restablecimiento
de pastizales y áreas de plantío abandonadas son estrategias
apropiadas para la conservación de esa floresta.