A prática e os sentidos do manguear na cultura dos trecheiros

Ano: 2021 | Volume: 1 | Número: 1

Autores: A. Espósito, J. S. Justo

Palavras-chave: Etnografia. Trecheiros. Errância. Psicologia Social.

Resumo Português:

O presente artigo tem como objetivo apresentar e discutir o “mangueio” como uma atividade e produção cultural dos trecheiros desenvolvidas como alternativa em relação às formas de trabalho convencionais, para garantia da sobrevivência no trecho. Nele é apresentado parte dos resultados finais da pesquisa de mestrado “Vidas no trecho: as interações dos trecheiros com os ambientes pelos quais transitam”, realizada com trecheiros, sujeitos que se deslocam a pé ou de ônibus pelas rodovias, permanecendo em cada cidade por um curto período de tempo. A pesquisa foi realizada utilizando o método etnográfico com técnicas de entrevista aberta e observação participante. Para os participantes da pesquisa, estar nessa condição é “estar no trecho”. Como resultado, o artigo demonstra que a intensa exploração de mão-de-obra, com o pagamento de salários extremamente baixos, faz os “trecheiros” criarem e aprimorarem alternativas para obterem recursos financeiros necessários e resistirem no “trecho”.

Resumo Inglês:

This article aims to present the cultural manifestations of “trecheiros” in relation to the ways of obtaining resources in the road. It presents part of the results of the master degree research “Lives in the stretch: the interactions of ‘trecheiros’ with the environments where they travel.”, carried out with stretches, who wander on foot or by bus on the highways. They stop in cities for a short time. The research was done using the ethnographic method with techniques of open interview and participant observation. For the research participants, being in this condition is “being on the stretch”. As a result, the article shows that an intense exploitation of labor makes “trecheiros” create and improve alternatives to gain resources and resist on the roads.

Resumo Espanhol:

Este artículo tiene como objetivo presentar y discutir el “manguear” como actividad y producción cultural de personas que viven en el tramo desarrolladas como alternativa a las formas convencionales de trabajo, para garantizar la supervivencia en el tramo. Presenta parte de los resultados finales de la investigación del máster “Vivir en el tramo: las interacciones de personas que viven con los entornos por los entornos por los que pasan”, realizada con sujetos que se mueven a pie por las carreteras o en autobús, permaneciendo en cada ciudad durante un corto periodo de tiempo. La investigación se realizó utilizando el método etnográfico con técnicas de entrevista abierta y observación participante. Para los participantes de la investigación, estar en esta condición es “estar en en el tramo”. Como resultado, el artículo demuestra que la intensa explotación laboral, con el pago de salarios bajísimos, hace que las personas que viven en el tramo crian y mejoren alternativas para obtener los recursos económicos necesarios y resistir en el “tramo”.