VARIAÇÃO NO USO DO OBJETO DIRETO ANAFÓRICO: DADOS DE LUANDA-ANGOLA


VARIAÇÃO NO USO DO OBJETO DIRETO ANAFÓRICO: DADOS DE LUANDA-ANGOLA

Ano: 2021 | Volume: 2 | Número: Não se aplica
Autores: Jan Carlos Dias de Santana
Autor Correspondente: Jan Carlos Dias de Santana | [email protected]

Palavras-chave: Objeto direto anafórico, Variação, Português angolano

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O uso do objeto direto anafórico é um dos fenômenos que individualiza o português brasileiro em relação ao europeu. Este trabalho verifica a realização das estratégias anafóricas em uma variedade africana, averiguando se há diferentes escolhas das formas para a representação do objeto. Foram utilizadas entrevistas com amostras do português falado em Luanda (Angola), seguindo-se os pressupostos teórico-metodológicos da sociolinguística quantitativa (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968; LABOV, 1972). Nesta primeira descrição feita com os dados levantados, foi registrada a preferência dos falantes pelo uso do objeto nulo (49%) e SN anafórico (45%), registrando-se um baixo uso do clítico (4%) e do pronome lexical (2%). A análise levou em consideração somente as variáveis sociais, constatando em que medida o sexo do informante, faixa etária, nível de escolaridade, local de nascimento e língua materna pode influenciar quanto ao uso variável. Os resultados encontrados nesta análise com os dados preliminares permitiram fazer uma descrição prévia do comportamento angolano em relação ao fenômeno.



Resumo Inglês:

The use of the anaphoric direct object is one of the phenomena that differentiates the Brazilian Portuguese from the European. This work verifies the utilization of anaphoric strategies in an African variety, ascertaining if there are different form choices to represent the object. Interviews with samples of Portuguese spoken in Luanda (Angola) were used, following the theoretical and methodological postulates of quantitative sociolinguistics (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968; LABOV, 1972). The first description of the data collected showed that the speakers prefer the use of null object (49%) and anaphoric noun phrase (45%); the low use of clitic (4%) and lexical pronoun (2%) was also registered. The analysis took into account only the social variables, noting the extent to which the informant's sex, age group, level of education, place of birth, and mother tongue can influence variable use. The results found in this analysis with preliminary data allowed a prior description of Angolan behavior in relation to the phenomenon.