Introdução: A prevalência do aleitamento materno exclusivo (AME) no Brasil permanece aquém do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, principalmente no Nordeste. Destaca-se o papel da Atenção Primária à Saúde (APS), imprescindível para a manutenção do AME. Em 2020, entretanto, a APS de Fortaleza deixou de realizar parte de suas funções devido à pandemia do novo coronavírus (COVID-19), o que pode ter causado prejuízos ainda não identificados para o AME. Objetivo: Avaliar se houve mudanças na duração do AME durante a pandemia de COVID-19 em um território adscrito a uma Equipe de Saúde da Família (ESF) em Fortaleza. Métodos: Estudo observacional, transversal e quantitativo, pela revisão de prontuários das crianças assistidas pela equipe da ESF Lagamar 1, nascidas de setembro de 2018 a junho de 2019 (grupo pré-pandêmico) e de setembro de 2019 a junho de 2020 (grupo pandêmico). Os prontuários permitiram estabelecer a mediana das variáveis: duração do AME, número de consultas de puericultura até os seis meses de idade e de pré-natal durante a gestação, idade e paridade maternas e realizar a comparação entre os grupos. Resultados: Foram analisados 39 prontuários, sendo dois retirados do estudo por critérios de exclusão. Dos remanescentes, 15 (40,54%) pertenciam ao grupo pré- pandêmico e 22 (59,46%) ao pandêmico. A mediana do tempo de duração do AME foi de 2 meses e 1,5 mês, respectivamente. Houve redução ainda da mediana da idade materna (de 25 para 21 anos) e da paridade da nutriz (de dois para 1,5) entre os grupos. Além disso, durante o período pandêmico, 12 crianças já não estavam em AME no primeiro contato com a ESF. Conclusões: Houve redução na duração mediana do AME na ESF do Lagamar durante a pandemia de COVID-19. Contudo, o presente estudo teve limitações, como o pequeno tamanho da amostra. É necessária, portanto, a realização de outros estudos para fornecer evidências robustas e explicações acerca dos resultados encontrados para as variáveis.
Introduction: The prevalence of exclusive breastfeeding (EBF) in Brazil remains below that recommended by the World Health Organization, especially in the Northeast. The role of Primary Health Care (PHC) is highlighted, essential for maintaining EBF. In 2020, however, the PHC in Fortaleza ceased to carry out its functions due to the new coronavirus (COVID-19) pandemic, which may have caused unidentified damage to the EBF. Objective: Assess whether there were changes in the duration of EBF during the COVID-19 pandemic in a territory assigned to a Family Health Team (FHT) in Fortaleza. Methods: Observational, cross-sectional and quantitative study, by reviewing the medical records of children assisted by the FHT Lagamar 1 team, born from September 2018 to June 2019 (pre-pandemic group) and from September 2019 to June 2020 (pandemic group). The medical records allowed establishing the median of the variables: duration of EBF, number of childcare consultations up to six months of age and prenatal care during pregnancy, maternal age and parity, and comparison between groups. Results: A total of 39 medical records were analyzed, two of which were removed from the study due to exclusion criteria. Of the remainder, 15 (40.54%) belonged to the pre- pandemic group and 22 (59.46%) to the pandemic. The median duration of EBF was 2 months and 1.5 months, respectively. There was also a reduction in the median maternal age (from 25 to 21 years) and the mother's parity (from two to 1.5) between groups. In addition, during the pandemic period, 12 children were no longer on EBF at the first contact with the FHT. Conclusions: There was a reduction in the median duration of EBF at the Lagamar FHT during the COVID-19 pandemic. However, the present study had limitations, such as the small sample size. It is therefore necessary to carry out other studies to provide robust evidence and explanations about the results found for the variables.
Introducción: La prevalencia de lactancia materna exclusiva (LME) en Brasil se mantiene por debajo de lo recomendado por la Organización Mundial de la Salud, especialmente en el Nordeste. Se destaca el papel de la Atención Primaria de Salud (APS), esencial para el mantenimiento de la LME. Sin embargo, en 2020, la APS de Fortaleza dejó de ejercer sus funciones debido a la nueva pandemia de coronavirus (COVID-19), que puede haber causado daños no identificados a la LME. Objetivo: Evaluar si hubo cambios en la duración de la FEB durante la pandemia de COVID-19 en un territorio asignado a un Equipo de Salud de la Familia (ESF) en Fortaleza. Método: Estudio observacional, transversal y cuantitativo, mediante la revisión de las historias clínicas de los niños atendidos por el equipo FHT Lagamar 1, nacidos de septiembre de 2018 a junio de 2019 (grupo prepandémico) y de septiembre de 2019 a junio de 2020 (grupo pandémico). Las historias clínicas permitieron establecer la mediana de las variables: duración de la FEB, número de consultas de puericultura hasta los seis meses de edad y cuidados prenatales durante el embarazo, edad materna y paridad, y comparación entre grupos. Resultados: Se analizaron 39 historias clínicas, dos de las cuales fueron eliminadas del estudio por criterios de exclusión. Del resto, 15 (40,54%) pertenecían al grupo prepandémico y 22 (59,46%) al pandémico. La duración media de la FEB fue de 2 meses y 1,5 meses, respectivamente. También hubo una reducción de la mediana de la edad materna (de 25 a 21 años) y de la paridad de la madre (de 2 a 1,5) entre los grupos. Además, durante el periodo pandémico, 12 niños dejaron de recibir LME en el primer contacto con el FHT. Conclusiones: Durante la pandemia de COVID-19 se produjo una reducción de la mediana de duración de la LME en el FHT de Lagamar. Sin embargo, el presente estudio tuvo limitaciones, como el pequeño tamaño de la muestra. Por lo tanto, es necesario llevar a cabo otros estudios para proporcionar pruebas sólidas y explicaciones sobre los resultados encontrados para las variables.