A partir de pesquisa arquivística e etnográfica, o presente artigo tem por objetivo contar uma história da homossexualidade masculina no arquipélago de Cabo Verde, África. Neste intento, analiso os registros etnográficos sobre homossexualidade no continente africano, a documentação produzida pela Santa Inquisição sobre o arquipélago e, por fim, a memória oral dos homossexuais cabo-verdianos registrada nas últimas quatro décadas. Defendo que os dados aqui trazidos corroboram com a tese de que o homoerotismo não é novo e nem exógeno no continente africano.
Based on archival and ethnographic research, this article aims to tell a story of male homosexuality in the archipelago of Cape Verde, Africa. In this attempt, I analyze the ethnographic records of homosexuality in Africa, the documentation produced by the Inquisition over the archipelago and, finally, the oral memory of Cape Verdean homosexuals in the last four decades. I argue that the data corroborates the thesis that homoerotism is neither new nor exogenous to Africa.