A atividade turística na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço (RBSE), Minas Gerais, ocorre em praticamente toda a sua extensão. Em algumas áreas o turismo possibilitou a valorização e a preservação do patrimônio cultural e natural por meio de tombamentos, registros de patrimônios imateriais, concessões de chancelas e criação de Unidades de Conservação, em especial no eixo da Estrada Real que foi a via para o escoamento do ouro e de diamantes a partir de meados do século XVIII. O objetivo desse artigo é traçar um panorama do turismo na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço explorando possíveis efeitos dessa atividade na valorização e preservação do patrimônio histórico-natural. Este estudo tem como respaldo teórico e prático pesquisas já realizadas na área da Reserva no âmbito do Grupo Integrado de Pesquisas do Espinhaço (GIPE). Na medida em que os patrimônios naturais e culturais constituem-se em um verdadeiro amálgama quando nos referimos à RBSE, os trabalhos realizados no âmbito do GIPE buscam um diálogo constante com outras áreas do conhecimento, agregando referências nas áreas da geologia, biologia, geografia física e humana, arqueologia, patrimônio e ciências sociais. O grande diferencial turístico da RBSE reside nesse amálgama patrimonial único, restando saber até que ponto os turistas que a frequentam, em número cada vez maior, realmente conhecem esta característica/riqueza/potencial de forma a valorizá-la.