O artigo trata a possibilidade de educar as emoções existente graças à sua possibilidade de ouvir e obedecer à razão. O estudo é feito a partir das propostas da Ética a Nicômaco, recorrendo, quando necessário, ao De anima e à Retórica, textos que dedicaram atenção às emoções. Para defender essa proposta, a investigação parte do Livro I da EN, que indica a possibilidade de a capacidade desiderativa ouvir e obedecer a razão. Com isso, percebemos que Aristóteles não pretende excluir os elementos não racionais da vida ética, estando mais preocupado em encontrar formas capazes de conciliar as capacidades anímicas e de sentir emoções na quantidade adequada, com as coisas certas, nos momentos convenientes, em direção a quê e a quem é adequado. Essa interpretação é possível porque o filósofo compreende a alma como algo composto, pondo as emoções, que são da alçada do desiderativo em contato com a parte racional da alma. Por isso, é necessário entender que Aristóteles propõe partes da alma que quando associadas conjugam o bom exercício de todas as capacidades anímicas humanas, levando às virtudes. Interpretação viável pela apresentação de faculdades encadeadas à parte racional que pode tocar a emoção, desde seu despertar até quando for moderada com o auxílio da razão prática.
This paper treats the possibility of educating the emotions because they are capable to listen and obey the reason. The study is based on the proposals of the Nicomachean Ethics, resorting, when necessary, to the De Anima and the Rhetoric, texts that devoted attention to the emotions. To defend this proposal, the investigation starts from Book I of the EN, which indicates the possibility of desiderative ability to hear and obey to the reason. Therefore, we realize that Aristotle does not intend to exclude non-rational elements to a ethical life, but is more concerned to find ways that can reconcile soul capacities and feel emotions in the right amount, with the right things, at the right times, in direction to whom it is appropriate. This interpretation is possible because the philosopher understands the soul as something composed, putting the emotions, which belongs to the desiderative in contact with the rational part of the soul. Consequently, it is necessary to understand that Aristotle proposes that soul´s parts when associated combine the proper exercise of all its capacities, allowing the virtues to exist. This interpretation is viable because the non-rational faculties can be linked to the rational part, and it can touch the emotion, from its awakening until when it is moderated with the aid of practical reason.