"É só um minutinho..."

Revista Mundaú

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ISSN: 2526-3188
Editor Chefe: Silvia Aguiar Carneiro Martins
Início Publicação: 01/12/2016
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Sociologia

"É só um minutinho..."

Ano: 2023 | Volume: 1 | Número: 13
Autores: Fábio Abreu dos Passos
Autor Correspondente: Fábio Abreu dos Passos | [email protected]

Palavras-chave: Pessoa com deficiência; Símbolo Internacional de Acesso; Só um minutinho; Nudez antinormativa

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Elaborada em 1969 por Susanne Koefoed, tendo tido pequenas alterações de cor e disposição da imagem, o Símbolo Internacional de Acesso foi desenvolvido para ser um sinal visível de que, onde houvesse esse símbolo, haveria um espaço público adaptado e destinado às pessoas com deficiências. Este Símbolo revela tentativas, muitas das vezes ineficazes, de adaptação do mundo comum para que a pluralidade humana possa ser experienciada em seu âmago. Quando alguns não PcDs utilizam esses espaços, tais como estacionamentos, banheiros públicos ou bloqueiam rampas de acesso ou pisos táteis, mesmo que “só um minutinho...”, estão mitigando a possibilidade de que corpos de PcDs possam experienciar uma existência pública. Se os espaços arquitetônicos destinados às pessoas com deficiência são usurpados, o que dizer dos espaços para a manifestação da nudez de um PcD, como obras de arte... Há “Vagas Reservadas” para a expressão da nudez de corpos antinormativos, como os corpos das pessoas com deficiência? O objetivo do presente texto é lançar luz sobre essas problematizações a partir do viés teórico, ou seja, da pesquisa bibliográfica, e da poética do desenho, no intuito de refletir sobre a (In)VISIBILIDADE desses corpos. No transcorrer da pesquisa, ficou claro que não há, ainda, a edificação de espaços que permitam que os corpos nus das pessoas com deficiência expressem sua potência estética, a qual é capaz de romper com o discurso médico, que restringe esses corpos a uma percepção de um “erro” da natureza.



Resumo Inglês:

The International Symbol of Accessibility was developed by Susanne Koefoed in 1969 with minor changes to the color and layout of the image to create a visible sign of accessible public space, adapted and intended for disabilities. This symbol highlights the often unsuccessful attempts to adapt to the ordinary world so that human plurality can be experienced at its core. When non-disabled people use these spaces, such as parking lots, public restrooms, blocked access ramps, or tactile floors, even if "just for a minute..." they reduce the opportunity for people with disabilities to experience the same public existence. If architectural spaces intended for people with disabilities are usurped, what about spaces where people with disabilities can display their nudity, such as artworks...? Are there "reserved spaces" for the expression of the nakedness of antinormative bodies, such as bodies of people with disabilities? The objective of this text is to shed light on these problematizations from the theoretical point of view, that is, from bibliographical research, and from the poetics of drawing, in order to reflect on the (In)VISIBILITY of these bodies. In the course of the research, it became clear that there is still no building of spaces that allow the naked bodies of people with disabilities to express their aesthetic power, which is capable of breaking with the medical discourse, that restricts these bodies to a perception of a “mistake” of nature.



Resumo Espanhol:

Creado en 1969 por Susanne Koefoed, con pequeños cambios en el color y el diseño de la imagen, el Símbolo de Acceso Internacional se desarrolló para ser una señal visible que apuntaba que, donde había este símbolo, habría un espacio público adaptado y destinado a personas con discapacidades. Este símbolo revela intentos, a menudo ineficaces, de adaptarse al mundo común para que la pluralidad humana pueda ser experimentada en su esencia. Cuando algunas personas que no son PcD utilizan estos espacios, como estacionamientos, baños públicos o bloquean rampas de acceso o pisos táctiles, aunque sea “solo un minuto…”, están mitigando la posibilidad de que los cuerpos de las PcD puedan experimentar una existencia pública. Si se usurpan los espacios arquitectónicos destinados a las personas con discapacidad, qué ocurre con los espacios para la manifestación de la desnudez de una PcD, como las obras de arte... Existen “Vacantes Reservadas” para la expresión de la desnudez de organismos antinormativos, como cuerpos de personas con discapacidad? El objetivo de este texto es arrojar luz sobre estas problematizaciones desde el punto de vista teórico, es decir, desde la investigación bibliográfica, y desde la poética del dibujo, para reflexionar sobre la (In)VISIBILIDAD de estos cuerpos. En el transcurso de la investigación quedó claro que aún no existe la construcción de espacios que permitan que los cuerpos desnudos de las personas con discapacidad expresen su poder estético, el cual es capaz de romper con el discurso médico que restringe estos cuerpos a una percepción de un “error” de la naturaleza.



Resumo Francês:

Créé en 1969 par Susanne Koefoed, avec des modifications mineures de la couleur et de la disposition de l'image, le Symbole international d'accès a été développé pour être un signe visible que n’importe où il y a ce symbole, il y aurait un espace public adapté et destiné aux personnes handicapés. Ce Symbole révèle des tentatives, souvent inefficaces, d'adapter le monde commun pour que la pluralité humaine puisse être vécue dans sa totalité. Lorsque certains non-handicapés utilisent ces espaces, tels que les parkings, les toilettes publiques, ou bloquent les rampes d'accès ou les sols tactiles, pour «juste une minute…», ils atténuent la possibilité que les organismes handicapés puissent connaître une existence publique. Si les espaces architecturaux destinés aux personnes handicapées sont usurpés, quoi dire des espaces de manifestation de la nudité d'une personne handicapée, comme les œuvres d'art... de personnes handicapées ? Le but de ce texte est d'éclairer ces problématisations du point de vue théorique et poétique du dessin, afin de réfléchir sur l'(In)VISIBILITÉ de ces corps. Au fil de la recherche, il est apparu qu'il n'existe pas encore de construction d'espaces permettant aux corps nus des personnes handicapées d'exprimer leur pouvoir esthétique, capable de rompre avec le discours médical, qui cantonne ces corps à une perception d'une « erreur » de la nature.