No presente trabalho, será feita uma transição do campo da
moral, da reflexão ética, para o da Filosofia da História. O argumento vai
seguir as linhas genéricas de uma relação de continuidade entre esses
dois campos, enfatizando o papel da noção de progresso subjacente aos
postulados da razão prática. Defenderemos que a amplitude da reflexão
ética somente pode ser entendida se levado em consideração o âmbito
da Filosofia da História, seus horizontes e suas implicações conceituais;
essa é nossa defesa principal. Para tanto, começaremos tratando da idéia
de progresso para depois nos determos, principalmente, na quarta proposição
da obra Idéia de uma História Universal de um Ponto de Vista
Cosmopolita, de 1784, apontando para o conceito chave da insociável
sociabilidade e lançando mão de outras obras de Filosofia da História
para melhor explicitá-lo.
This work focus on the transition from the moral field, which
concerns the ethical reflection, to the Philosophy of History. The argument
will follow the generic lines of a relation of continuity between
these two fields, emphasizing the role of the progress idea that underlies
the postulates of the practical reason. We will defend that the dimension
of the ethical reflection can be understood only if we consider the Philosophy
of History, its horizons and its conceptual implications; this is
our main point. With this aim in mind, we will consider the idea of progress
in order to focus on the fourth proposition of Kant’s Idea for a Universal
History with Cosmopolitan Purpose, written in 1784. In this work
we will point to the unsociable sociability as a key concept. We will also
refer to some other works of Philosophy of History to better set it out.