Por milênios, os filósofos especularam sobre as origens da ética. Pesquisa recente em psicologia evolutiva e neurociências tem esclarecido essa questão. Mas essa pesquisa também tem significância normativa. Uma maneira padrão de argumentar contra uma teoria ética normativa é mostrar que, em algumas circunstâncias, a teoria leva a julgamentos contrários às nossas intuições morais comuns. Se, no entanto, essas intuições morais são o resíduo biológico de nossa história evolutiva, não está claro porque devemos considerá-las como tendo qualquer força normativa. A pesquisa nas neurociências deve, portanto, levar-nos a reconsiderar o papel das intuições na ética normativa.