Este ensaio tem por objetivo refletir sobre a administração da cidade e a preservação de práticas culturais organizacionais que legitimam ações na dinâmica da ética na cultura. Analisam-se, especificamente, as escolhas feitas pela família e as repercussões na vulnerabilidade da segurança do cidadão na cidade. As reflexões teóricas recorrem a Serres (2003, 1997a, 1997b, 1990), sobre a cidadania como ética e o parasita na sociedade; à metodologia e teoria para análise das culturas de Durand (2008, 2002); a proposta mitohermenêutica de Ferreira-Santos (2004), um parâmetro para práticas sociais e educativas hermesianas, mediadoras, e estudos e pesquisas mitohermenêuticas de Sanches sobre a interculturalidade na educação (2011, 2010a, 2010b). Nos resultados encontrados, tendo por um lado as pressões institucionais, sociais, pela responsabilidade política e moral da família, e por outro, a simbologia manifesta na dinâmica da cultura, as práticas de princípios éticos são banalizados, assim como é ignorado o olhar ingênuo na construção da cidadania e no tipo de percepção da responsabilidade pelas consequências das escolhas feitas.