Esse artigo analisa como o Bando de Teatro Olodum, fenômeno da cultura popular negra
contemporânea, reflete os embates e contradições do cotidiano dos afrodescendentes. A
análise do filme Ó paÃ, ó, de Monique Gardemberg, revela como as manifestações artÃsticas
de Salvador, especialmente a musicalidade relacionada ao Carnaval, constituem-se espaços,
tanto de celebração festiva da afrodescendência, como de denúncia do racismo. Ó paÃ, ó é
considerado aqui metonÃmia da história do Bando de Teatro Olodum, sendo esse grupo, por
sua vez, metonÃmia do processo histórico vivenciado pela cultura negra da Bahia, nas últimas
duas décadas.
This article examines how the Bando de Teatro Olodum, a phenomenon of contemporary
black popular culture, reflects the conflicts and contradictions of African descendents. The
analysis of Monique Gardemberg's filme (2007) reveals how the artistic manifestations of
Salvador, especially the music of Carnival, constitute spaces, both festive celebration of
african heritage as well as denunciation of racism. Ó, paÃ, ó is considered here a metonymy
of the history of Bando de Teatro Olodum, and this group a metonymy of the historical
process experienced by the black culture of Bahia, in the last two decades.