Este artigo investiga a lógica de nominação dos animais familiares (tanto nativos quanto introduzidos) entre os Karitiana, povo de lÃngua Tupi-Arikém no norte de Rondônia. Argumento que os nomes dos animais de criação procedem, em sua grande maioria, do universo dos brancos, o que marca o fato de que esses seres sempre procedem de fora das aldeias habitadas pelos humanos – nesse sentido, assim como os nomes (humanos e caninos) em lÃngua portuguesa, eles são a irrupção da história quente (no sentido lévi-straussiano) na estrutura Karitiana, na figura dos brancos. Não obstante, os nomes de algumas espécies animais permitem apontar para um nexo entre humanos e não humanos, sugerindo que estes são ‘humanizados’ também por seus nomes, um entre os vários mecanismos simbólicos que conectam homens e animais de companhia entre os Karitiana.
This article approaches the logics of pet naming (natives as well as
exotic) among the Karitiana, a Tupi-Speaking people in northern
Rondonia, southwestern Brazilian Amazonia. It argues that most
of pet names come from the foreign universe of whitemen, which
mirrors the fact that pets always came from abroad – in this sense,
just like personal names (human and canine) in Portuguese, they
are history‟s irruption (in a Lévi-straussian sense of “hot historyâ€)
in the Karitiana structure, in the figure of whitemen.
Notwithstanding, the names of certain species can be used to
trace a connection between humans and non-humans, suggesting
that animals are „humanized‟ also through their names, one of the
symbolic devices that links men and pets among the Karitiana.