A ‘INVENÇÃO’ DO ANTROPOCENTRISMO: UMA ABORDAGEM DECOLONIAL

Perspectiva Teológica

Endereço:
Av. Dr. Cristiano Guimarães, 2127 - Planalto
Belo Horizonte / MG
31720-300
Site: http://periodicos.faje.edu.br/index.php/perspectiva
Telefone: (31) 3115-7054
ISSN: 2176-8757
Editor Chefe: Francisco das Chagas de Albuquerque
Início Publicação: 31/12/1968
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Teologia

A ‘INVENÇÃO’ DO ANTROPOCENTRISMO: UMA ABORDAGEM DECOLONIAL

Ano: 2022 | Volume: 54 | Número: 2
Autores: Sinivaldo Silva Tavares
Autor Correspondente: Sinivaldo Silva Tavares | [email protected]

Palavras-chave: Perspectiva decolonial. Modernidade-colonialidade. Antropocentrismo. Direito natural. Estados-nações.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

RESUMO: Propomo-nos, aqui, uma abordagem decolonial do antropocentrismo, em três momentos. No primeiro, analisaremos a separação "Natureza" e "culturas" e "humanos" e "não-humanos", dualismos típicos do antropocentrismo, invenção da modernidade/colonialidade. No segundo, concentrar-nos-emos na instituição do "direito natural" como "direito dos povos", para arbitrar conflitos entre Estados-nações em seus respectivos projetos coloniais. No terceiro, indagaremos acerca da imprescindibilidade de se "voltar aquém" do dualismo "Natureza/culturas" no intuito de nos libertarmos do círculo vicioso no interior do qual vivemos aprisionados. Na conclusão, em alternativa às atitudes de exterioridade, superioridade e instrumentalidade típicas do antropocentrismo moderno/colonial, proporemos relações de pertença, interação e cuidado para com todas as expressões de vida do planeta: humanos, seres vivos e entes que povoam o cosmos. Trata-se de privilegiar relações e movimentos em contínuo processo de composição entre organismos, espécies e coletivos.



Resumo Inglês:

ABSTRACT: We propose, here, a decolonial approach to anthropocentrism, in three parts. The first part analyzes the separation between "Nature" and "cultures", and "humans" and "non-humans". These are typical dualisms of anthropocentrism, an invention of modernity/coloniality. The second part focuses on the institution of "natural law" as "peoples' law", to arbitrate conflicts between nation-states in their respective colonial projects. The third part inquires about the indispensability of "going back" from the "Nature/cultures" dualism, in order to free ourselves from the vicious circle in which we are trapped. The conclusion, as an alternative to the attitudes of exteriority, superiority and instrumentality typical of modern/colonial anthropocentrism, proposes relationships of belonging, interaction and care for all expressions of life on the planet: human beings, living beings and beings that populate the cosmos. It is about privileging relationships and movements in a continuous process of composition between organisms, species and collectives.