“A Aids mudou de cara”: memória coletiva e novas oportunidades para o ativismo da Aids no Brasil

Revista do Programa de Pós-graduação em Sociologia

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ISSN: 2176-8099
Editor Chefe: Andreza Tonasso Galli
Início Publicação: 28/02/1994
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Sociologia

“A Aids mudou de cara”: memória coletiva e novas oportunidades para o ativismo da Aids no Brasil

Ano: 2010 | Volume: 17 | Número: 2
Autores: C. Landau
Autor Correspondente: C. Landau | [email protected]

Palavras-chave: aids, memória coletiva, ativismo, novos caminhos de ativismo, São Paulo

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo trata da análise da construção da memória coletiva do ativismo contra o HIV/Aids no Brasil, desenvolvido a partir de entrevistas com quinze ativistas de São Paulo. Neste artigo, examina-se a percepção de um “enfraquecimento” da luta contra a Aids desde os anos 1980/90, os chamados “anos heroicos”, quando se estabeleceu um ativismo poderoso e público que conseguiu angariar conquistas importantíssimas no tratamento de pessoas que vivem com HIV/Aids. Mostra-se que o chamado atual “enfraquecimento” do movimento não considera a emergência de novos caminhos menos visíveis para enfrentar a Aids, que já não requer o mesmo tipo de ativismo dos “anos heroicos”. Conclui-se que esses novos caminhos – o tratamento universal de pessoas que vivem com HIV/Aids, a incorporação da prevenção do HIV/Aids em sistemas de atendimento básico de saúde e o surgimento de novas redes de ativistas – nem sempre são considerados “ativismo”, justamente em razão da memória coletiva do ativismo contra a Aids, que ainda enfatiza as glórias, os métodos e as conquistas dos “anos heroicos”.



Resumo Inglês:

This article examines the construction of the collective memory of Sida activism in Brazil, through interviews conducted with fifteen activists in São Paulo. The article contextualizes a perceived “weakening” of the fight against Sida since the 1980s/90s, known as the “heroic years”, a period that developed a powerful and public activism that advanced successfully in the treatment of people living with HIV/Sida. The article argues that the so-called “weakening” of the movement does not take into consideration new, less visible methods of activism that have arisen to fight Sida, which no longer requires the same type of activism as that of the “heroic years”. The article concludes that these new methods – universal treatment of people living with HIV/Sida, the incorporation of HIV/Sida prevention in primary care, and the rise of new activist networks – are not always considered to be “activism” precisely because of the construction of the collective memory of the movement, which still emphasizes the conquests of the “heroic years”.