O ensaio busca refletir e discutir sobre as assimetrias em que se apoiam a noção e figura do exotismo a partir de dois eventos passados, conhecidos como o Ano do Brasil na França e o ano da França no Brasil. Partindo deles, analisa as diferentes percepções e representações que a França e outros paÃses europeus constroem em relação ao Brasil. Para isto, adota-se como premissa que os respectivos eventos constituem ainda hoje um bom exemplo para se pensar sobre o quanto a figura retórica do exotismo é capaz de provocar interesse no imaginário francês, muitas vezes, oscilando entre a nostalgia edênica tropical - revival do primitivismo - e outros estereótipos associados à desigualdade social, algo próximo daquilo que, depois de Roger Bastide, convencionou-se chamar no mundo francófono de “Brésil, terre des contrastes.