“André louco": violência e brutalidade na representação do bem-estar social

Revista Plurais

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ISSN: 1984-3941
Editor Chefe: Raimundo Márcio Mota de Castro
Início Publicação: 17/04/2012
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

“André louco": violência e brutalidade na representação do bem-estar social

Ano: 2016 | Volume: 6 | Número: 2
Autores: Maria Eugênia Curado
Autor Correspondente: Maria Eugênia Curado | [email protected]

Palavras-chave: Bernardo Élis. Modernidade. Violência. Sociedade.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Bernardo Élis (1915-1997) é considerado um dos grandes nomes da
narrativa brasileira e sua produção está arraigada na situação
econômico-social do estado de Goiás do século XX, a essa época,
marcada por uma profunda instabilidade política que deu sequência a
uma realidade semifeudal resquícios da época da monarquia.
Irmanando-se aos precursores da modernidade, corporifica em sua
trajetória literária uma estética reveladora de uma profunda descrença
no moderno e mostra nos gestos desesperados e na dignidade às
avessas de seus personagens uma grandeza primitiva, patológica e sem
esperanças. Produziu uma obra de ficção basicamente neorrealista que
buscava desmascarar a sociedade em sua alienação. Sua temática,
apesar de se pautar no regional, universaliza-se ao se afastar de
aspectos pitorescos do homem do campo e abre prerrogativas para
análises que não se conformam apenas à realidade que lhe serve de
ponto de partida. Um dos problemas a ser apontados nesta investigação
será a reafirmação de ideologias nas quais verificaremos a presença
necessária do alienado, do subjugado, do refugo humano em uma
sociedade cuja mentalidade se fundamenta em enlaçar aquilo que
entende como normal e invade o universo das pessoas, roubando-lhes o
direito de serem elas mesmas. Para tal, debateremos a representação do
personagem “André louco” em obra homônima de Élis em um contexto
histórico-social em que a violência, a brutalidade, a desumanização e a
covardia impressas no personagem pelos habitantes de uma cidade
qualquer, atormentada pela presença necessária do insano,
fundamentam a aparente normalidade de uma sociedade sem
horizontes.



Resumo Inglês:

Bernardo Élis (1915-1997) is considered one of the biggest name of the
brazilian literature and his production is rooted in the economic social
situation of Goiás state of the XX century, in that epoch, marked by great
politic instability with semifeudal reality that come from the monarchy. Closed
with the modernity precursors, his literary trajectory has an aesthetic that
doesn’t believe in the modernity and shows in the contradictory gestures from
his characters a primitive and pathologic valor without hopes. He did a
fictional work basically neorealist to take out the social mask its alienation. The
thematic by Bernardo Élis despite to focus in the regional aspects, gets an
universal characteristic when he denies the picturesque aspects of the peasant
and opens the doors for investigations that don’t conform with the reality that
serve to him as initial point. In this way, the main goal of this investigation is
to point the affirmation of the ideologies about the necessary presence of the
human trash in a society that believes to entwine the things it understands as
normal and breaks the universe of the persons stealing the possibility of them
being themselves. So, we are going to investigate the “André louco”
representation in homonymous work by Élis in the historical social context that
the violence, brutality, dehumanization and cowardice printed on the crazy
man by the population of the any city tormented by the insane as well as a
necessary presence of “André” to confirm the normality of society without
horizon.