“Costuma fornecer a diversas pessoas drogas abortivas”: o ofício das parteiras, disputas profissionais e sociabilidades femininas (Porto Alegre, RS, Primeira República)

Revista Mundos do Trabalho

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ISSN: 19849222
Editor Chefe: Aldrin A. S. Castellucci
Início Publicação: 31/05/2009
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: História

“Costuma fornecer a diversas pessoas drogas abortivas”: o ofício das parteiras, disputas profissionais e sociabilidades femininas (Porto Alegre, RS, Primeira República)

Ano: 2020 | Volume: 12 | Número: Não se aplica
Autores: Paulo Roberto Staudt Moreira, Nikelen Acosta Witter
Autor Correspondente: Paulo Roberto Staudt Moreira | [email protected]

Palavras-chave: parteira, sociabilidades femininas, saúde

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo versa sobre o ofício das parteiras, sua importância social, as disputas por clientela e as sociabilidades femininas que giravam em torno deste exercício profissional. A parteira era uma presença limite entre a vida e a morte, entre um bom parto e um desfecho indesejado. Era ela que trazia a criança ao mundo, cortava o cordão umbilical, cuidava da mulher que acabara de parir, limpava o recém-nascido, providenciava (às vezes, no próprio pátio da casa dos pais) o enterro do natimorto, batizava os nascidos in periculo mortis, amadrinhava os sobreviventes. A análise dessa trabalhadora da saúde usa documentos judiciários como observatórios sociais e através deles maneja o cruzamento com outras fontes, procurando as experiências sociais das agentes ali presentes, tanto no exercício do ofício como recebendo atendimentos diversos. Parte das mulheres que aparecem neste artigo, se consultando ou usando efetivamente os serviços das parteiras, são trabalhadoras do serviço doméstico, assim, também versaremos sobre questões desse universo laboral. O lócus de nossa pesquisa é a cidade de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, na parte mais meridional do Brasil.



Resumo Inglês:

The article deals with the midwifery profession, its social importance, the disputes for clientele and the female sociability that revolved around this professional exercise. The midwife was a limit presence between life and death, between a good birth and an unwanted outcome. It was she who brought the child into the world, cut the umbilical cord, took care of the woman who had just given birth, cleaned the newborn, provided (sometimes, in the parents’ own courtyard) the stillbirth burial, baptized the born in periculo mortis, he hurried the survivors. The analysis of this health worker uses judicial documents as social observatories, and through them handles the crossing with other sources, looking for the social experiences of the agents present there, both in the exercise of their profession, as well as receiving diverse assistance. Part of the women who appear in this article, consulting or effectively using the services of midwives, are domestic  service workers, thus, we will also discuss issues of this work universe.