Tomando como ponto de partida a recente polêmica em torno das acusações de racismo dirigidas ao livro Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato, o presente artigo procura fazer uma reflexão quanto ao entrelaçamento das exigências de cunho ético ao campo da criação estética. Para tanto, recorreremos às considerações tecidas por Jean-Paul Sartre acerca daquilo que o filósofo francês julga ser a natureza do texto em prosa. Trata-se, portanto, de investigar, sob o viés sartreano, o modo pelo qual tia Nastácia é nomeada e, a partir daí, desvelar a representação que se faz do negro, nessa obra.
Taking the recent controversy around the accusations of racism towards Monteiro Lobato’s book Caçadas de Pedrinho as a starting point, this paper proposes a reflection on the relationship between ethical demands and the field of aesthetic creation. In order to do so, we will use Jean-Paul Sartre’s observations on what he considers to be the nature of literary prose. From Sartre’s perspective, I shall investigate the manner through which Tia Nastácia is named, and from this point, unveil the portrayal of black characters in this book.