Em tempos de discursos de ódio e retaliação insistente ao trabalho com a sexualidade na educação, este artigo analisa as potencialidades e os impasses da abordagem desta temática no espaço escolar. A pesquisa se ancora nos referenciais pós-críticos e foi desenvolvida em escolas municipais de Jequié-BA que apresentam a disciplina Educação para Sexualidade na matriz curricular dos anos finais do ensino fundamental. Para a produção e análise de dados foram realizadas entrevistas semiestruturadas com onze docentes que lecionam a disciplina. A existência de um componente curricular destinado ao ensino da sexualidade garante um lugar para as discussões distanciando-se das ações descontínuas e pontuais, além do que, há um envolvimento dos/as discentes com a disciplina, oportunizando espaços de diálogo, inclusive de temas como diversidade de gênero e sexual. Todavia, há o risco de aprisionar os debates sobre sexualidade neste espaço, desresponsabilizando as/aos demais docentes em trabalhar com o tema.
In times of hate speech and persistent retaliation for working with sexuality in education, this article analyzes the potentialities and the impasses of approaching this issue in the school space. The research is anchored in the post-critical referents and was developed in municipal schools of Jequié-BA that present the discipline Education for Sexuality in the curricular matrix of the final years of elementary school. For the production and analysis of data, we conducted semistructured interviews with eleven teachers who teach the discipline. The existence of a curricular component destined to the teaching of sexuality guarantees a place for the discussions distancing themselves from the discontinuous and punctual actions, besides that, there is an involvement of the students with the discipline, giving opportunities for dialogue, including themes such as gender and sexual diversity. However, there is the risk of imprisoning the debates about sexuality in this space, disowning the other teachers in working with the theme.