Neste artigo, por meio do método da história de vida, analiso a trajetória de um estudante em duas repúblicas estudantis em Ouro Preto (MG). Mais especificamente, investigo os discursos emocionais presentes em sua narrativa e como estes se entrelaçam com as relações socioafetivas desses espaços, com uma atenção especial voltada ao período denominado “batalha”, uma espécie de ritual de passagem comum nesse contexto social. Nos relatos analisados, meu interlocutor evoca sentimentos como humilhação, medo, vergonha, felicidade e amizade, os quais foram abordados neste texto à luz da perspectiva contextualista da Antropologia das Emoções, assim como dos estudos de autoras(es) que dialogam com essa linha teórico-metodológica. Dessa forma, procuro sublinhar como tais emoções não apenas evidenciam, mas também participam das dinâmicas sociais marcadas por hierarquias e relações de poder, ao mesmo tempo em que indicam a forma como o estudante lida com sua sexualidade e com os demais moradores das repúblicas estudantis.