“Filmar de volta” no cinema indígena siberiano: estratégias de re-apropriação cinematográfica no trabalho de Anastasia Lapsui e Markku Lehmuskallio

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ISSN: 2175-6015
Editor Chefe: Christiano Key Tambascia
Início Publicação: 01/11/2009
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: História, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar

“Filmar de volta” no cinema indígena siberiano: estratégias de re-apropriação cinematográfica no trabalho de Anastasia Lapsui e Markku Lehmuskallio

Ano: 2021 | Volume: 11 | Número: 1
Autores: Damiens, Caroline
Autor Correspondente: Caroline Damiens | [email protected]

Palavras-chave: Re-apropriação fílmica, Estética cinematográfica, Anastasia lapsui, Markku lehmuskallio, Cinema autóctone da sibéria

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este ensaio explora os filmes siberianos de Anastasia Lapsui e Markku Lehmuskallio. Concentra-se nos meios fílmicos empregues para “filmar de volta” (film back) o cinema dominante. Recorrendo ao método da análise fílmica, demonstra como a forma do filme pode ser tão política quanto os conteúdos que veicula, nomeadamente quando mobilizada para dar voz aos povos autóctones da Sibéria e para revisitar discursos prévios soviéticos em torno da igualdade, da integração e do progresso. O ensaio chama a atenção para duas estratégias formais usadas pelos realizadores para “filmar de volta”: a re-apropriação das imagens de arquivo para retrabalhar o passado e valorar indivíduos indígenas; e a criação duma voz plural pseudo-autobiográfica capaz de romper o monólogo soviético e de encarnar a experiência partilhada indígena. Enfim, o artigo argumenta que considerar aspetos formais nos ajuda a repensar noções como talking back e shooting back, tantas vezes usadas de forma indiferente, bem como o conceito de “filmar de volta” (reservado a questões fílmicas).



Resumo Inglês:

This paper examines the Siberian films by Anastasia Lapsui and Markku Lehmuskallio. It focuses on filmic means em-ployed in order to “film back” to outsider cinema. Applying film analysis as a method, it demonstrates how film form can be as political as content when used to give voice to Siberia indige-nous peoples and re-view earlier Soviet discourse of equality, integration and progress. It highlights two aesthetic strategies used by the filmmakers to “film back:” the re-appropriation of archival footage to rework the past and recredit indigenous in-dividuals; and the creation of a plural pseudo-autobiographical voice to break the Soviet monologue and embody the shared indigenous experience. Finally, it argues that looking at formal aspects helps to rethink our understanding of such notions as “talking back” and “shooting back,” often used indifferently, with the addition of the “filming back” concept, reserved to filmic issues.