O objetivo do presente artigo é refletir sobre as contribuições teóricas que os estudos feministas e de gênero das Relações Internacionais podem trazer às análises críticas sobre “guerra às drogas”. Baseando-nos na literatura sobre gênero, militarismo e militarização, analisamos representações de gênero presentes nos discursos oficiais do Estado estadunidense sobre controle de drogas ilícitas na América Latina. Ler a militarização das políticas antidrogas estadunidenses para a América Latina a partir de lentes de gênero nos permite enxergar outras dinâmicas de poder que operam na construção discursiva da “guerra às drogas” em termos dicotômicos, a começar pelo próprio binarismo entre “protetores” e “protegidos”.