O objeto deste texto é a “juventude” enquanto categoria. São apresentados processos que confluíram para emergência da juventude como um problema, uma questão social e, consequentemente, como uma categoria através da qual se tem produzido formas de intervenção estatal junto a territórios e populações pobres, sobretudo quando se trata do tema da violência que emanaria das periferias e favelas dos centros urbanos. Para demonstrar essa lógica, são analisados documentos de Planos Nacionais de Segurança Pública e de dois Programas estudos, o Centro de Referências da Juventude e o Caminho Melhor Jovem, ambos do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Argumento que nas representações dominantes, os jovens de periferias são percebidos, simultaneamente, como as principais vítimas e agentes da violência. Nesse sentido, a mobilização da categoria “juventude” tem funcionado como um elemento de reconfiguração e reprodução da lógica, já antiga, que relaciona pobreza e violência linearmente, exatamente por ser constituída como público alvo privilegiado tanto das políticas de combate quanto de prevenção à violência.