Ainda que esta pesquisa faça parte de um projeto mais amplo, nosso objetivo neste artigo é discutir a formação do Batalhão dos Voluntários Acadêmicos de Coimbra em dois momentos: em 1826, no contexto dos levantes contra a Carta Constitucional e, posteriormente, em 1828, quando d. Miguel deu o último golpe instituindo um regime contrarrevolucionário em Portugal. Partindo da análise do Livro Mestre do Batalhão Acadêmico, de cartas, de memórias, de requerimentos e da documentação reunida no fundo da Intendência Geral de Polícia, enfatizaremos o alistamento dos estudantes brasileiros naquele Batalhão. Em nome do liberalismo, portugueses e brasileiros defenderam, em Portugal, a Carta Constitucional e a legitimidade de d. Pedro e sua descendência ao trono português. Contudo, nem mesmo a defesa comum do liberalismo foi capaz de apagar as rivalidades, os ressentimentos e os conflitos que marcaram as complexas relações entre o “ser brasileiro” e o “ser português”. É o que nos mostram as cartas, escritas no exílio na Inglaterra, do estudante maranhense Sátiro Mariano Leitão.
The aim of this article is to discuss the formation of the Academic Volunteer Battalion of Coimbra at two points in time: in 1826, in the context of the uprisings against the Constitutional Charter, and later, in 1828, when Miguel carried out his final coup, establishing a counter-revolutionary regime in Portugal. Starting from the analysis of the Academic Battalion's Master Book, letters, memoirs, requests and documentation gathered from the General Police Superintendency’s Office, we will highlight the participation of Brazilian students enlisted in the Battalion. In the name of liberalism, Portuguese and Brazilians in Portugal defended the Constitutional Charter and the legitimacy of Pedro and his descendants to the Portuguese throne. However, not even the common defense of liberalism was able to erase the rivalries, resentments and conflicts that marked the complex relations between “being Brazilian” and “being Portuguese”. The letters written in exile in England by the student from Maranhão, Sátiro Mariano Leitão, show this.
El objetivo de este artículo es discutir la formación del Batallón de Voluntarios Académicos de Coimbra en dos momentos: en 1826, en el contexto de los levantamientos contra la Carta Constitucional, y más tarde, en 1828, cuando el rey Miguel asestó el golpe final estableciendo un régimen contrarrevolucionario en Portugal. A partir del análisis del Libro Mayor del Batallón Académico, de cartas, memorias, peticiones y documentación recogida en la Comisaría General de Policía, haremos hincapié en el alistamiento de estudiantes brasileños en dicho Batallón. En nombre del liberalismo, portugueses y brasileños en Portugal defendieron la Carta Constitucional y la legitimidad de Pedro y sus descendientes al trono portugués. Sin embargo, ni siquiera la defensa común del liberalismo fue capaz de borrar las rivalidades, resentimientos y conflictos que marcaban las complejas relaciones entre «ser brasileño» y «ser portugués». Esto es lo que nos muestran las cartas, escritas en el exilio en Inglaterra, del estudiante de Maranhão Sátiro Mariano Leitão.