As relações entre a condição juvenil e a condição estudantil têm variado tal como as transformações culturais e na constituição da subjetividade. Neste trabalho argumentarei como grande parte da literatura sobre o fenômeno da violência no âmbito educativo está arraigada, desde sua origem, por uma visão criminológica de matriz lombrosiana. A história do Ocidente associa a periculosidade aos jovens e desenvolve diversos instrumentos de contenção dessas forças juvenis rebeldes. A exclusão econômica e social soma-se a exclusão simbólica verificada na visão estigmatizada a respeito dos jovens; estabelecendo-se uma diferenciação entre um nós - incluÃdos, estabelecidos, enaltecidos- e um eles- excluÃdos, outsiders, minimizados – que antecipa práticas e comportamentos sociais. Estas perspectivas correspondem ao campo acadêmico ao baixo determinismo biológico ou racismo biológico. O parâmetro hegemônico que se aplica para especificar os comportamentos violentos continua reduzido e confinado ao da violência criminal e a indivÃduos caracterizados como violentos por natureza.