“Mulher tem prazo de validade”: a construção da maternidade em um serviço de reprodução humana assistida

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ISSN: 2236-8493
Editor Chefe: Rita de Cássia Pereira Farias
Início Publicação: 29/06/2011
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Geografia, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Administração, Área de Estudo: Arquitetura e urbanismo, Área de Estudo: Demografia, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Economia, Área de Estudo: Planejamento urbano e regional, Área de Estudo: Serviço social, Área de Estudo: Letras, Área de Estudo: Linguística, Área de Estudo: Multidisciplinar

“Mulher tem prazo de validade”: a construção da maternidade em um serviço de reprodução humana assistida

Ano: 2017 | Volume: 28 | Número: 2
Autores: Fabiane Alves Regino, José Luiz do Amaral Corrêa de Araújo Júnior, Renato Macedo Filho
Autor Correspondente: Fabiane Alves Regino | [email protected]

Palavras-chave: Maternidade, Gênero, Reprodução Assistida

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo deste artigo é analisar na perspectiva de gênero a construção da maternidade para usuárias de um serviço de reprodução humana assistida (RHA) em Recife/PE. Tratou-se de uma abordagem qualitativa, com realização de entrevistas semiestruturadas e a condensação de significados de Kvale como ferramenta de análise. Concluiu-se que a maternidade, tida socialmente como elemento ‘natural’ da identidade feminina, estrutura-se como modelo da organização social patriarcal. Um modelo que afasta as mulheres que não conseguem engravidar, da ‘norma’ do que é tido como ‘natural’. Na RHA, o tempo social e o tempo biológico das mulheres são concorrentes no processo de busca pela gravidez, já que o adiamento ou insucesso das técnicas de fertilização aproximam mais essas mulheres do vencimento do “prazo de validade” reprodutivo. Assim, as discussões de gênero são fundamentais para “desconstruir” o pensamento patriarcal que aumenta a desigualdade e iniquidade na saúde e reafirma o lugar “exclusivo” das mulheres no âmbito da reprodução.



Resumo Inglês:

This study was aimed to analyze, from the gender perspective, the construction of maternity for women at a service of assisted human reproduction (AHR) in Recife/PE. It was a qualitative approach, with semi-structured interviews and reduction of meanings of Kvale as analysis tool. It was concluded that the maternity, socially considered as ‘natural’ element of the feminine identity, structure itself in a model of patriarchal social organization, and not conceiving a child in this context means to diverge from the ‘standard’ of what is ‘natural’. In AHR, becoming a mother competes with social and biological time of these women, and the postponement/failure in the procedures approximate them more to the reproductive ‘validity period’. Therefore, gender discussions are fundamental to ‘deconstruct’ the patriarchal which increases the inequalities and iniquities in health and reaffirm the ‘exclusive’ place of women in the sphere of reproduction.