Em tempos de pandemia decorrente do novo coronavírus, há uma intensa produção de discursos que colocam em cena saberes sobre a doença e as pessoas contagiadas. Reiterados discursos têm produzido a forte ligação entre o COVID e a obesidade como um dos principais fatores de comorbidade para a doença. No entanto, em um número bem menor e pouco circuladas, representações que problematizam isso são promovidas apontando a gordofobia e trazendo questões raciais para as comorbidades. O presente artigo tem como objetivo, então, analisar discursivamente, a partir de teorias enunciativas, a gestão e hierarquização de pontos de vista do artigo de opinião “Não é obesidade. É escravidão.” do RioOnWatch. Os resultados apontam para a forma antiorientada de pontos de vistas que legitimam a obesidade como fator de risco a fim de desconstruí-los e ao mesmo tempo destacar que essa narrativa distrai o principal fator de comorbidade da COVID 19: a raça.
In times of pandemic resulting from the new coronavirus, there is an intense production of speeches that bring knowledge about the disease and how people are infected. The repeated speeches have produced a strong link between COVID and obesity as one of the main factors of comorbidity for a disease. However, in a much smaller number and little circulated, representations that problematize this are promoted to carry the fatphobia and bringing racial issues to comorbidities. The purpose of this article is, therefore, discursive analysis, based on enunciative theories, the management and hierarchization of the points of view of the opinion article “It is not obesity. It’s slavery.” from RioOnWatch. The results point to an anti-oriented form of points of view that legitimize obesity as a risk factor in order to deconstruct it and at the same time to highlight that this narrative distracts the main factor of comorbidity of COVID 19: race.