“Nêga qui tu tem? Marimbondo sinhá!”: religião afro amazônica e o modernismo de Bruno de Menezes da década de 1920

Revista Ágora

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ISSN: 1980-0096
Editor Chefe: Adriana Pereira Campos e Kátia Sausen da Motta
Início Publicação: 01/01/2005
Periodicidade: Bimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: História

“Nêga qui tu tem? Marimbondo sinhá!”: religião afro amazônica e o modernismo de Bruno de Menezes da década de 1920

Ano: 2024 | Volume: 35 | Número: Não se aplica
Autores: H. M. G. Júnior, W. C. Lustosa
Autor Correspondente: H. M. G. Júnior | [email protected]

Palavras-chave: Bruno de Menezes, modernismo, Batuque, Amazônia

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Com o presente trabalho analisamos um poema de Bruno de Menezes, modernista da Amazônia, escrito na década de 1920. Este poema é analisado pela historiografia e pela crítica literária como uma “festa” de negros em que se tem a percepção de características afro-brasileiras. Entretanto, nossa proposta vai no sentido de compreender a narração do episódio enquanto “ritual” espiritual ou religiosidade afro-amazônica que contempla características católicas, de religiões de matrizes africanas e de matrizes indígenas. Assim, por meio da reconstrução do episódio não enquanto pessoas dançantes, mas pessoas em transe, compreendemos melhor a cultura, as relações de poder e identitárias deste negro amazônico representado pelo autor. Para isso, reconstruiu-se a biografia do autor, compreendeu-se sua rede de sociabilidade e analisou-se o poema à luz da realidade amazônica da década de 1920.



Resumo Inglês:

With this work we analyze a poem by Bruno de Menezes, a modernist from the Amazon, written in the 1920s. This poem is analyzed by historiography and literary criticism as a “party” of black people in which there is a perception of Afro characteristics. - Brazilian. However, our proposal aims to understand the narration of the episode as a spiritual “ritual” or Afro-Amazonian religiosity that includes Catholic characteristics, religions of African origins and indigenous origins. Thus, by reconstructing the episode not as people dancing, but people in trance, we better understand the culture, power and identity relations of this black Amazonian represented by the author. To this end, the author’s biography was reconstructed, his sociability network was understood, and the poem was analyzed in light of the Amazonian reality of the 1920s.