“Ninguém Quer Ir para o Hospital” – Gramáticas Morais e Redes de Abortamento entre Mulheres no Brasil

Mediações

Endereço:
Depto. de Ciências Sociais/Centro de Letras e Ciências Humanas Universidade Estadual de Londrina - Campus Universitário
Londrina / PR
Site: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes
Telefone: (43) 3371-4456
ISSN: 2176-6665
Editor Chefe: Raquel Kritsch
Início Publicação: 01/01/2001
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: Sociologia

“Ninguém Quer Ir para o Hospital” – Gramáticas Morais e Redes de Abortamento entre Mulheres no Brasil

Ano: 2024 | Volume: 29 | Número: 1
Autores: L. R. Facioli, A.J.da Costa, R. Zimkovicz
Autor Correspondente: Mediações | [email protected]

Palavras-chave: Aborto, Redes Sociais, Estado, Políticas Públicas, Ativismos.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este texto tem como objetivo compreender as gramáticas morais por meio das redes de abortamento construídas por e entre mulheres no contexto brasileiro. Nosso intuito é analisar como a organização entre essas atrizes sociais é arquitetada nas omissões do Estado e nas insuficiências das políticas públicas. Para tanto, realizamos uma pesquisa empírica em rede (on e offline), considerando o fluxo de informações em plataformas de redes sociais e sites, a análise de cartilhas e materiais informativos e entrevistas com ativistas que atuam no atendimento de mulheres que desejam abortar. Notamos que as redes conduzidas por mulheres reconfiguram gramáticas morais em torno da noção de vítima, assim como evidenciam uma fronteira porosa entre legalidades e clandestinidades, uma vez que ocupam lacunas da realização de abortos legais, da educação em saúde reprodutiva e segurança jurídica, e da promoção de relações de gênero não vulnerabilizantes.



Resumo Inglês:

This text aims to understand moral grammars through abortion networks built by and between women in the Brazilian context. Our aim is to understand how the organization between these social actors is architected through the omissions of the State and the insufficiencies of public policies. To do this, we carried out empirical research in networks (on and offline), looking at the influx of information on social media platforms and websites, analyzing leaflets and information materials, as well as conducting interviewswith activists workingwith women who want an abortion. We noticed that networks led by women reconfigure moral grammars around the notion of victim, as well as highlighting a porous border between legalityand clandestinity, since activists occupy gaps concerning legal abortions, education in reproductive health and legal security, and the promotion of non-vulnerable gender relations.