O objetivo desse trabalho é contribuir para a reflexão a respeito da relação entre produção de discursividades midiáticas, democracia e cidadania, tendo em conta fundamentos teóricos e políticos das pesquisas "culturalistas" sobre os meios de comunicação no âmbito de sociedades atravessadas por uma crescente tendência ao oligopólio midiático. Este trabalho é resultado de uma investigação baseada na relação entre os métodos sócio-semióticos (primeiro nível) e sociopolíticos (segundo nível). Para isso, começo apresentando a especificidade do regime de visualidade midiática que se configura a partir de sua relação com as formas de legitimação das relações sociais. Em seguida, exponho alguns resultados de nossa pesquisa norteada pela perspectiva de um "olhar antropológico" em direção aos meios de comunicação, que considero eficiente para desvelar os mecanismos culturais das representações midiáticas. E, por último, propondo uma reflexão sobre a relevância dessa perspectiva para repensar, em confluência com as propostas de Hannibal Ford e Nick Couldry, questões cruciais relacionadas à cidadania e à democratização, em dois sentidos: quanto à qualidade da informação da qual o público dispõe para tomar suas decisões; e quanto à relação, nem sempre efetiva, entre visibilidade midiática e representatividade social, e suas implicações tanto para a análise cultural quanto para as políticas públicas.
The main goal of this presentation is to contribute for a reflection about the links among production of media representations, democracy and citizenship. The article places its interest in an observance of the theoretical and political basics of “culturalist” researches on media highlighting the present context related to the tendency to oligopoly media system in Argentina. This paper is the result of a research based in the relation between socio-semiotics (first level) and sociopolitics (second level) methods.In order to do that, firstly I present the specificity of media visual regime shaped by its relation with the modes of social relationship legitimation. Secondly, I put forward the results of the research in the frame of an anthropological outlook on media, which I consider effective for disentangling the cultural devices of media representations. Finally, I reflect on the relevance of this perspective in order to rethink, together with Ford and Nick Couldry, crucial questions related to citizenship and democracy in two directions: on one hand, the quality of information available to the citizens for taking decisions, and on the other hand, the connection, not always guaranteed, between media visibility and social recognition. I evaluate that these two questions are strongly involved also in cultural analysis as in right politics.
El objetivo de la presentación es contribuir a la reflexión sobre la producción de discursividades mediáticas, democracia y ciudadanía, dando cuenta de los fundamentos teóricos y políticos de las investigaciones “culturalistas” sobre los medios de comunicación en el contexto de sociedades atravesadas por una tendencia creciente al oligopolio mediático. Este trabajo es el resultado de una investigación basada en la relación entre métodos socio-semióticos (primer nivel) y socio-políticos (segundo nivel). Para ello, la primera parte está dedicada a presentar la especificidad del régimen de visualidad mediático que se conforma en términos de su relación con las modalidades de legitimación del relacionamiento social. En segundo lugar, expongo algunos hallazgos de nuestra investigación en el marco de la perspectiva de un “mirar antropológico” sobre los medios, que considero eficaz para desovillar los mecanismos culturales de las representaciones mediáticas. Por último, reflexiono sobre la relevancia de esta perspectiva para repensar, con Aníbal Ford (1999) y con Nick Couldry (2010), cuestiones cruciales relacionadas con la ciudadanía y la democratización en dos líneas: una acerca de la calidad de la información de la que dispone la ciudadanía para la toma de decisiones; y otra sobre la relación, no siempre garantizada, entre visibilidad mediática y reconocimiento social y sus implicancias tanto para el análisis cultural como para las políticas de derechos.