A crise climática, as pandemias e inúmeras catástrofes ambientais nos confrontam acerca do futuro que podemos esperar para a humanidade e toda a criação. As mulheres negras e a Terra são as mais afetadas neste contexto marcado pelo patriarcado e um sistema econômico depredatório. Perguntar pelo futuro é usar a imaginação escatológica para gerar potência criativa e de ação capaz de antecipar o desejo de Deus para a humanidade e a criação. Perguntamos se a diáspora negra, a partir da sua particularidade, pode contribuir para a teologia Global. Será que podemos reconfigurar a escatologia a partir desta particularidade e, assim, alimentar a esperança dos povos que são massacrados pelo sistema vigente? Para tecer uma escatologia negra, a saber, uma “escatologia da ancestralidade”, utilizamos os fios do ecofeminismo africano e do pensamento afrodiaspórico. Sinalizamos para a ecodomia dos modos de vida quilombola, como uma escatologia prática.