O objetivo principal do trabalho foi realizar um estudo de inspiração etnográfica junto a um centro popular de compras localizado em Porto Alegre, também chamado de Camelódromo, a fim de observar o consumo de marcas de luxo consideradas como réplicas. Para isso, conviveu-se neste ambiente, desenvolveram-se relações com lojistas e clientes e observamos as vendas de produtos. Dentre as conclusões do estudo, primeiramente destacamos que todas as classes sociais consomem no camelódromo, todavia, as marcas de luxo são mais procuradas pela classe média[1]. Classes sociais menos apoderadas dificilmente compram produtos de luxo falsificados e, muitas vezes, nem conhecem as marcas que os vendedores oferecem. Por fim, uma reflexão importante do trabalho é que as marcas falsificadas estando nas mãos de pessoas com capital social e cultural podem ser legitimadas[2] e, até mesmo, ajudam a construir a identidade desses indivÃduos. [1] Existe uma grande dificuldade em se definir classe média. Contudo, uma solução encontrada por alguns autores é aliar critérios objetivos de renda com os de consumo. A renda per capita não seria suficiente uma vez que temos que considerar os padrões de consumo condizentes com os valores urbanos da cidade de Porto Alegre, como, por exemplo, possuir um automóvel.[2] Tornam-se legÃtimas; acaba se passando por verdadeira, original.
The main objective was to conduct an ethnographic study in a popular shopping center in Porto Alegre, also called Camelódromo to observe the consumption of luxury brands considered as replicas. For this, the researchers lived with these people, developed relationships with retailers and customers and look at the sales of products. Among the conclusions of the study, first we point out that all social classes consume in Camelódromo, however, the luxury brands are most sought by the middle class. Lower social classes appropriated hardly buy fake luxury goods and often do not even know the brands that sellers offer. Finally, a reflection of the work that is being spoofed brands into the hands of people with social and cultural capital can be justified and even help build the identity of these individuals.