“PENSO QUE NÃO TEM MAIS JEITO”: HISTÓRIA DE VIDA DE UMA MULHER ACOMETIDA DE CÂNCER CÉRVICO–UTERINO
Revista de Ciências da Saúde Nova Esperança
“PENSO QUE NÃO TEM MAIS JEITO”: HISTÓRIA DE VIDA DE UMA MULHER ACOMETIDA DE CÂNCER CÉRVICO–UTERINO
Autor Correspondente: Bernadete de Lourdes André Gouveia | [email protected]
Palavras-chave: Neoplasia, Câncer cérvico-uterino, História oral de vida
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
Este trabalho reflete sobre o tema saúde da mulher, abordando a neoplasia de maior freqüência na população feminina, o câncer do colo do útero. Procurei pesquisar esta problemática na perspectiva real de aproximação do cotidiano de uma mulher acometida de câncer cérvico-uterino, embasada na história oral como método de trabalho. A escolha da colaboradora deu-se pelo fato dela encontrar-se internada para tratamento em uma instituição em que presto serviço. Utilizando o recurso da história oral de vida, procurei seguir os passos da transformação do texto oral em linguagem escrita pelas fases de transcrição, textualização e transcriação da narrativa adquirida após entrevistas. Para tanto, segui as seguintes questões de corte: Fale sobre sua história de vida?: Que tipo de assistência você procura nos serviços de saúde?; O quanto sua doença modificou sua vida familiar?; O eixo apresentado na narrativa da colaboradora está presente no seguinte “tom vital”: “Penso que não tem mais jeito” [...]. Com esta frase observo o desânimo e a falta de esperança da narradora na perspectiva de cura de sua doença. Ainda foi destacado a demora e o tipo de tratamento recebidos, bem como a desumanização dos profissionais de saúde por onde ela passou. Assim, este trabalho visa a registrar a trajetória de mulheres que tenham sido acometidas de câncer cérvico-uterino, de forma a recompor aspectos da vida individual, possibilitando ampliar a visão de quem atua na área da saúde, frente às condições desfavoráveis de trabalho e suas implicações para a saúde da clientela.
Resumo Inglês:
This paper reflects on women's health, addressing the most frequent cancer in the female population, cervical cancer. I tried to research this problem in the real perspective of the daily approach of a woman with cervical cancer, based on oral history as a working method. The choice of the collaborator was due to the fact that she is hospitalized for treatment in an institution where I provide services. Using the resource of oral life history, I tried to follow the steps of the transformation of oral text into written language through the transcription, textualization and transcreation phases of the narrative acquired after interviews. To this end, I followed the following cutting questions: Talk about your life story ?: What kind of assistance do you seek in health services ?; How much has your illness changed your family life? The axis presented in the collaborator's narrative is present in the following “vital tone”: “I think there is no way” [...]. With this sentence I observe the narrator's discouragement and hopelessness in the perspective of curing her illness. It was also highlighted the delay and the type of treatment received, as well as the dehumanization of health professionals where she went. Thus, this paper aims to record the trajectory of women who have suffered from cervical-uterine cancer, in order to recompose aspects of their individual lives, enabling the broadening of the view of those who work in the health area, facing unfavorable working conditions and their conditions. implications for clientele health.
