Esse artigo reporta uma experiência de pesquisa no Arquivo Público do Estado de Santa Catarina (Florianópolis/ SC), tematizando seu percurso teórico e metodológico. Interessou inventariar ofícios expedidos e recebidos pela Diretoria Geral da Instrução Pública, Departamento de Educação e Superintendência Geral do Ensino entre os anos de 1911 e 1940. O objetivo foi o levantamento das práticas encampadas pelos sujeitos políticos que povoaram a burocracia educacional no período, buscando assim entender a constituição de um lugar estratégico para os órgãos de gerenciamento do ensino locais. Para tanto, constitui-se uma série de cerca de sete mil ofícios. A extensão da série foi importante, já que interessou mapear as regularidades percebidas, assinalando assim para os desvios percebidos em meio a elas (CERTEAU, 2002). Ela foi também primordial para que se pudesse mapear uma narrativa sobre a história da educação catarinense que escapasse ao âmbito puramente institucional (HILSDORF, 1999). Por fim, conclui-se que a pesquisa em arquivo deve ser alicerce não apenas metodológico para a pesquisa, mas também teórico. No caso reportado, a documentação nele acessada permitiu aquilatar uma nova noção e burocracia e propor uma nova leitura sobre as Reformas da Instrução Pública catarinenses.