Em 1972, durante a Conferência de Estocolmo, a oposição do Brasil à s propostas de regulamentação ambiental despertou fortes crÃticas internacionais. Este artigo discute as conexões entre a ditadura civil-militar, o milagre econômico e a polÃtica ambiental brasileira entre 1967 e 1973, com foco na poluição atmosférica. Como outros paÃses latino-americanos, o Brasil enfrentava dilemas entre desenvolvimento e qualidade ambiental. Algumas instituições propuseram soluções diversas para o tema, como Cepal e Redpanaire, ambas agências das Nações Unidas na América Latina. A polêmica da poluição atmosférica explicita as contradições do regime civil-militar brasileiro, que justificava a poluição como meio para o desenvolvimento e a luta contra a pobreza ao mesmo tempo em que adotava polÃticas que resultaram em concentração de riqueza. Enquanto o poder de compra e a qualidade de vida das elites cresciam rapidamente, a maioria
da população brasileira experimentou altas taxas de mortalidade infantil, más condições de saúde, ambientes degradados e significativas perdas salariais. A ditadura deixou para o Brasil um duplo legado de aprofundamento da desigualdade social e da degradação ambiental.