Ainda estudante de medicina, já flertando com a psiquiatria, folhean- do jovialmente as páginas quase virgens do recém-adquirido Compêndio de Psiquiatria, de Kaplan & Sadock, ficava então especialmente intrigado com as, assim classificadas, “sÃndromes ligadas à culturaâ€. Ao lado de quadros clÃnicos estranhÃssimos, tais como o koro, estava a hoje familiar anorexia nervosa. Naquele tempo, esse transtorno alimentar era uma espécie de representante antropológico da América do Norte. Assim, ao menos nesse ponto de meu primeiro livro de psiquiatria, os norte-americanos eram um povo tão particular quanto os esquimós, e capazes da produção de sÃndromes tão exóticas quanto piblokto ou histeria do Ãrtico!