As maiores capitais da Amazônia, no auge da expansão da economia gomífera, viviam a chamada Belle Époque como utopia civilizatória. Em 1900 chegou ao Pará um imigrante português chamado Silvino Santos que anos mais tarde se tornaria um dos maiores artistas propagandistas do que apresentou como riquezas amazônicas. O objetivo deste artigo é discutir como ele constituiu um capital simbólico artístico em meio a um grupo de personalidades políticas e proprietários de terra, para assim se tornar um artista cuja obra sobre a Amazônia viria a circular pelo mundo em sua época. A pesquisa está baseada sob uma perspectiva da História Social da Cultura. Tomou-se como foco neste texto a construção histórica da figura de Silvino Santos como um dos grandes difusores da Amazônia enquanto representação construída artisticamente.