O artigo aborda as relações de idade e gênero entre crianças pequenas da Educação Infantil em diálogo com a cultura lúdica, preceituando que sejam oportunizadas e incentivadas manifestações lúdicas que, ensejadas por um protagonismo infantil, permitam a (re)elaboração de uma cultura lúdica enriquecida pelas diferenças etárias e de gênero entre as crianças, valendo-se da cultura lúdica para conhecer, construir, questionar, modificar e transgredir elementos culturais sociais existentes. Embasando-se nos Estudos Sociais da Infância, discutem-se idade e gênero enquanto categorias identitárias utilizadas para classificar, normatizar e colonizar crianças e adultas(os) na Educação Infantil. Analisa-se, fundamentado em pesquisa qualitativa caracterizada por um estudo de caso etnográfico, de que forma as relações entre crianças de diferentes idades e gêneros ultrapassam os modelos etapistas, idadistas e sexistas, revelando que tais diferenças diversificam suas relações e brincadeiras e que a experiência multietária caracteriza-se como prazerosa e propositiva na dinamização das suas produções culturais. Palavras-chave: Educação Infantil, idade e gênero, cultura lúdica, culturas infantis, decolonização.
The article addresses the relationships of age and gender among young children in Kindergarten in dialogue with the playful culture, providing that playful manifestations are created and encouraged that, given the opportunity of a child protagonism, allow the (re)elaboration of a playful culture enriched by age and gender differences among children, making use of the playful culture to know, build, question, modify and transgress existing social cultural elements. Based on the Social Studies of Childhood, age and gender are discussed as identity categories used to classify, standardize and colonize children and adults in Early Childhood Education. Through a qualitative research characterized by an ethnographic case study, the article analyzes how relationships between children of different ages and genders go beyond the stage, age and sexist models, revealing that such differences diversify their relationships and games, and that multi-age experience is characterized as pleasurable and purposeful in the dynamization of their cultural productions.
El artículo discute las relaciones de edad y género entre los niños pequeños en Educación Infantil en diálogo con la cultura lúdica, siempre que se creen y fomenten manifestaciones lúdicas que, dada la oportunidad de un protagonismo infantil, permitan la (re) elaboración de una cultura lúdica enriquecida por las diferencias de edad y género entre los niños, haciendo uso de la cultura lúdica para conocer, construir, cuestionar, modificar y transgredir los elementos socioculturales existentes. Con base en los Estudios Sociales de la Infancia, la edad y el género se discuten como categorías de identidad utilizadas para clasificar, estandarizar y colonizar a niños y adultos en Educación Infantil. Basado en una investigación cualitativa caracterizada por un estudio de caso etnográfico, analiza cómo las relaciones entre niños de diferentes edades y géneros van más allá del escenario, la edad y los modelos sexistas, revelando que tales diferencias diversifican sus relaciones y juegos, y que la experiencia de múltiples edades se caracteriza por ser placentero y resolutivo en la dinamización de sus producciones culturales.