Neste trabalho, investigamos a geração e a interpretação de algumas implicaturas conversacionais (ICs) no português brasileiro (PB). Para tanto, dedicamo-nos a uma revisão da literatura, especialmente detida nas definições da Pragmática Conversacional e das intenções comunicativas. Em seguida, recorremos, como corpus de análise, a alguns dados de interações falante/ouvinte entre portugueses e brasileiros, buscando confirmar nossa hipótese: a de que há diferenças no uso comunicativo da língua entre o PB e o português europeu (PE), especificamente quanto à geração e à interpretação de certas ICs. Descrevemos nossos resultados de acordo com os conceitos griceanos das máximas conversacionais e de suas violações (e da consequente geração de ICs). Confirmamos que a geração de ICs usuais para o PB muitas vezes parece não se dar do mesmo modo no PE, causando problemas de comunicação. O referencial teórico principal é composto por Grice (1975; 1982); Levinson (2007); e Dascal (1982; 2005).
In this paper, we delve into the generation and interpretation of specific conversational implicatures (CIs) in Brazilian Portuguese (BP). We began with a literature review, with particular emphasis on Conversational Pragmatics and communicative intentions. Utilizing data from speaker-listener interactions between Portuguese and Brazilian individuals, we sought to validate the hypothesis that distinctions exist in the communicative use of language between BP and European Portuguese (EP), especially concerning the generation and interpretation of certain CIs. Our results are articulated using the Gricean concepts of conversational maxims, their violations, and the ensuing generation of CIs. Our findings corroborate that the typical generation of CIs in BP often diverges from that in EP, leading to communication discrepancies. The primary theoretical foundation of this study is anchored in the works of Grice (1975[1982]), Levinson (2007), and Dascal (1982; 2005).