Este artigo apresenta o resultado de uma pesquisa qualitativa, de cunho etnográfico, sobre a
visão de pessoas comuns, especificamente os profissionais que atuam com eletro-eletrônicos,
sobre a presença de anglicismos em suas atividades laborais. O interesse por este grupo se
configura no fato de serem profissionais que tem necessidade de interpretar os anglicismos que
fazem parte da linguagem presente no âmbito profissional para desempenhar, por vezes, funções
mais complexas que demandam o conhecimento da parte técnica com profundidade. Desta
forma, qualquer detalhe pode fazer a diferença para chegar a resultados satisfatórios. O estudo
se apóia principalmente nas discussões apresentadas por Garcez e Zilles (2002), Bagno (2002),
Ortiz (2003),Mariani(2004), Rajagopalan (2003;2005) e Justina(2006). Como técnicas de coleta
de dados foram feitas observação participante nos locais de trabalho e entrevistas abertas. Os
participantes da pesquisa foram três técnicos em eletrônica e quatro vendedores de produtos
eletrônicos. Dois grandes temas surgiram a partir da leitura dos dados: o primeiro está
relacionado e organizado na forma de crenças e o segundo trata das atitudes adotadas pelos
participantes relacionadas ao assunto. A análise e interpretação dos dados foram feitas sob três
vertentes teóricas: a vertente da rejeição sumária, aceitação resignada do inglês e a vertente
pragmática ou instrumental.